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15 setembro 2010

Adeus

Não sei se chegou a um ano, mas durante vários meses tive a oportunidade de utilizar, todo santo dia, o computador vizinho ao de dois colegas muito queridos na Agência Brasil. Já os conhecia há algum tempo quando resolvi ocupar aquele lugar na ABr. E não me arrependo. Foram vários dos dias mais animados de trabalho que tive por lá. Afinal, eram dois piadistas exímeos. Sem contar que pude aprender muito. Dos dois.

Logo depois que saí da Agência, um deles, o Marco Antonio, voltou para BH, por conta de outra oportunidade de trabalho. Infelizmente o segundo, Antônio Arrais, grande editor daquela agência pública de notícias, nos deixou eternamente na noite deste 14 de setembro.

O sentimento, claro, é de perda. Afinal, como esquecer das tiradas hilárias ("mais bonita que égua de charrete", dirigida à Mari Jungmann), o mau humor característico quando se sentia contrariado e o capricho com a informação que era publicada em cada matéria.

Lembro que sempre trazia ou livros, ou CDs, ou filmes... sempre tinha um ítem para enriquecer ainda mais sua cultura. Um deles eu não esqueço. O título era algo como "1001 filmes para ver antes de morrer". Foi lá que descobri o nome de um filme que vi há alguns anos e gostei muito. Desde quando ele chegou na redação com aquele volume, não vi quase nenhum dos filmes listados ali. Ele, tenho quase certeza, deve ter visto a maioria.

Sobre o Arrais, tomo a liberdade de copiar ipsis literis o que escreveu o Morillo Carvalho. Não tenho nada a tirar nem pôr no que ele escreveu. Até o ano em que entrei na Agência Brasil e tive a oportunidade de conhecer essa figura incrível é o mesmo:

Arrais trabalhou em vários jornais de Pernambuco, como Jornal do Comércio, Diário de Pernambuco e nas sucursais do Jornal do Brasil e do jornal O Globo. Em 1978 foi transferido para a sucursal de Brasília e depois trabalhou também na Agência Estado. Ingressou na Radiobrás em 1987 e esteve cedido por 12 anos ao Tribunal Superior Eleitoral, ao Senado Federal e à Procuradoria Geral da República, onde atuou como Coordenador de Comunicação Social.

O retorno à Radiobrás foi em 2003. Graças a Deus, porque quatro anos depois, eu teria o privilégio de conhecê-lo, quando foi a minha vez de entrar na casa – vinte anos depois dele. Adeus, amigo.

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