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28 março 2005

Eu vou

Quando você imagina que já não há mais ninguém, eu estou lá. Estou simplesmente porque me agrada ficar, fazer-lhe companhia. É bom ter alguém ao seu lado quando bate aquela carência, sabe? E mesmo quando você some por um tempo, eu continuo ali, esperando, imaginando quando vai voltar.

Gosto muito de ajudar as pessoas, mesmo que não receba absolutamente nada em troca. É cego? Excepcional? Uma criança sozinha? Um adulto depressivo? Pode chamar, eu vou.

O triste é que nem sempre me tratam bem. Tem muita gente que não gosta de mim. Às vezes é medo; outras vezes, simples desgosto. Mas no fim das contas isso não importa, eu sempre estou ali de novo. É sério... é só chamar que eu vou!

Algumas vezes fico por aí, andando sem rumo. Em outras aparece uma boa alma que me acolhe.

- Olha que coisa fofa! Posso levar pra casa? Me seguiu! Deixa eu levar pra casa, vai...

Aí me levam... Depois me largam de novo. Eu vou atrás, me largam mais uma vez. Aí me chamam! E lá vou eu abanando o rabinho. Eu não disse? É só me chamar que eu vou!


Mas eu sou assim. Não sei viver só. Preciso de companhia. Preciso DA companhia. A sua, de preferência. Se você não quiser, tudo bem. Mas caso contrário, é só chamar. Eu vou.

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