É noite, a casa está escura. Uma criança quer ver a morte. Ela não queria morrer. A vítima seria outra pessoa. O carrasco, esse sim seria ela.
O ambiente na casa é de tensão. Ninguém sabe muito bem o que fazer. Ninguém fala nada, mas o ruído ali é ensurdecedor. A menininha não fala nada, apenas anda com uma pinça na mão. No entanto, os que estão na casa sabem exatamente o que ela quer. Só não sabem como pará-la.
A vítima está ali, inocente, dormindo sentada numa poltrona na varanda escura. O ambiente está carregado, cheio de objetos, pensamentos que pairam no ar, incomodam, angustiam.
O que aquele rapaz tem de errado não se sabe. Um puxão no seu suspensório, uma rebatida no peito e ele se vai. Não sofre, apenas morre.
E a cena se repete. A menina mata uma, duas vezes. Na terceira a gente tenta pará-la, segura, mas ela puxa mais uma vez, e mais uma vez ele se vai. Não havia o que fazer.
Eu acordo.
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