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08 agosto 2008

Patriotismo universal

A cada quatro anos todos os povos do mundo (ou quase todos - esse tipo de generalização pode sempre ser por demais perigosa) se voltam para um ponto do globo. Este ano é a China. Pequim, para ser mais específica (apesar de algumas modalidades serem disputadas em outras cidades que não a capital chinesa).

Um belo ideal aquele que gira em torno dos Jogos Olímpicos: a confraternização dos povos que, além de buscar a harmonia entre diversos compatriotas com nacionalidades diferentes, ajuda a ativar o patriotismo no coração de cada um. Afinal de contas, sempre acreditamos que os nossos atletas podem, sim, ser os melhores; que a nossa bandeira e o nosso hino são os mais bonitos.

A idéia da fraternidade universal é bela, de fato, mas o que eu acredito que se acende não só nas Olimpíadas, mas também na Copa do Mundo de Futebol, e que mereceria se prolongar para os anos entre esses dois eventos esportivos mundiais é o patriotismo, o verdadeiro amor ao país onde nascemos, crescemos e, se não desistirmos dele, morreremos também.

Sim, tenho que confessar que, por mais que me sinta triste com todos os problemas pelos quais passamos, decepcionada com a falta de espírito público da maior parte - para não incorrer no erro da generalização - de nossos políticos, gestores e quiçá da população "normal", sou uma patriota inveterada.

Um sentimento perene de que os nossos atletas, os nossos cidadãos podem sim ser os melhores, de que o país pode dar certo, de que nossos compatriotas são nossos irmãos; a certeza de que o nosso hino e a nossa bandeira são mesmo os mais bonitos, harmônicos, significativos; tudo isso junto, eu ainda acredito, poderia ajudar a fazer um Brasil melhor.

É, eu ainda me emociono sempre que vejo o pavilhão verde, amarelo, azul e branco sendo hasteado ao som do "Ouviram do Ipiranda as margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante...". Algumas vezes, inclusive, uma ou duas lágrimas teimosas insistem e escorrer pelo rosto desta cidadã.

Penso, até, que algumas aulas de moral e cívica não fariam mal para os jovens que não se importam com o futuro do país e pensam que só podem se dar bem na vida - com trabalho digno e correto - fora do país. Também seriam interessantes para aqueles políticos que talvez até já as tenham tido, mas esqueceram o que significa ter uma pátria há muito tempo e só pensam na nação chamada "meu umbigo".

Sinceramente, não tenho a intenção de buscar nobres sentimentos em cada um, pois talvez nem eu os tenha todos. Mas acho que um pouco mais de amor à terra onde vivemos só faria bem.

Me perdoem os que acham que temos que ser sempre cidadãos do mundo, mas ver o mundo mobilizado em torno de eventos em que cada um, a priori, defende a honra do seu próprio país me faz ficar assim, esperançosa por um Brasil mais solidário consigo mesmo.

Sobre o acompanhamento dos Jogos, como o feito em Atenas 2004, não posso prometer nada. Não mais estou na UnB e nem a Agência Brasil, nem o Obcursos estão em greve. O que indico é o especial da ABr: China 2008.

*As fotos são da Agência Brasil.

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