Páginas

18 maio 2005

Alunos

Uma pequena massa humana. Todos devidamente uniformizados, com roupas iguaizinhas, branco com verde. Só podem ser alunos. Sim, uma turma de alunos visitando a UnB. Estavam em frente à FAC no momento em que saí da aula de economia; acabara de fazer um controle de leitura.

A pergunta: de onde eram? Resposta: Goiânia. De um colégio particular da capital goiana. Vieram em excursão para, entre outras coisas, conhecer a universidade da capital federal, minha já conhecida, UnB. Naquele momento estavam em frente à secretaria da Faculdade de Comunicação. Pelo o que fui informada, pelo Chico, tinham acabado de bater palmas. Por quê? Vamos averiguar.

Alguém que deveria ser a professora responsável informou que ela mesma puxou as palmas da turma, por causa do ótimo mini-discurso que acabaram de ouvir. A moça que proferira algumas palavras estava empolgada com a UnB, era bem isso que a "tia" dos garotos queria.

Passeios escolares... boas recordações dos meus tempos de primeiro grau, ou ensino fundamental, como queiram. Não que eu não tenha tido aulas de campo no ensino médio, mas nada se compara com as idas ao zoológico de Recife, ou a casa mal-assombrada do Lincoln Center na época do Haloween.

Éramos praticamente crianças ainda, crianças que queriam ser adolescentes, mas não passavam de pirralhos. Sim, bons tempos aqueles. Boas lembranças essas que me vêm. Os tempos hoje também são muito bons, não nego de forma alguma. Mas são muito diferentes. Eu mudei, meu mundo mudou, as pessoas ao meu redor também mudaram. Ainda não deixei de ser estudante, mas a cada dia que passa, me sinto menos aluna, alumna, sem luz.

17 maio 2005

Por aqui você não passa!

Há dias em que tudo conspira contra aqueles que querem se locomover pela cidade. Não importa quão urgente seja o nosso compromisso lá no final da Asa Sul, se já estamos em cima da hora e ainda não saímos do Setor Bancário Norte. Sempre há algum evento mais importante ocorrendo em Brasília.

Semana passada, todos puderam testemunhar o caos que estava a Zona Central. Ninguém conseguia passar de forma tranqüila da Asa Sul para a Asa Norte, ou vice e versa. Engarrafamento em Brasília, por incrível que pareça. Tudo isso, por causa da tal da Cúpula Árabe. Estavam por aqui importantes chefes de governo, vindos de alguns países, com os quais o Brasil mantém relações comerciais. Foi tanto reboliço, que até o Correio Braziliense noticiou: era um esquema policial grande, e caro, demais para cúpula de menos. E pensar que até ponto facultativo ganhamos por causa do trânsito péssimo!

No entanto, engana-se quem pensa que esta está sendo uma semana muito mais tranqüila no trânsito brasiliense. Desde o final de semana, o motivo já estava sendo anunciado: MST à vista. Os sem-terra resolveram vir protestar na capital federal. E uma coisa a gente já sabe: onde tem sem-terra, tem protesto, ruas fechadas, passeata, congestionamento.

Se semana passada, os problemas no trânsito ficaram bem longe de mim, não posso falar a mesma coisa dos sem-terra. Não, não pude passar para a avenida L2 Sul. Pelo menos, não pelo itinerário convencional. O ônibus, um grande circular, teve de contornar a rodoviária e passar pelo Setor de Autarquias Norte até retomar seu trajeto usual. Até que para mim isso não foi tão ruim assim. Meu destino era a sede 1 do Banco do Brasil; acabei descendo bem do lado.

Contudo, não é por isso que vou agradecer aos nossos digníssimos protestantes do Eixo Monumental. O fato de eu ter ganhado com o congestionamento que causaram não garante que a maioria das pessoas tenha tido a mesma sorte. Pelo contrário, a maioria deve ter é sofrido com isso.

Quero só ver quantas vezes mais, por qualquer motivo que seja, os cidadão de Brasília terão que dar de cara, inadvertidamente, com uma barreira que simplesmente lhes diz: por aqui você não passa, encontre outro caminho.

16 maio 2005

Travessias

Por Ana Luiza Zenker Dall’Igna,
a partir do relato de Anita Dall’Igna

O vô já estava por aqui naquela época. Viera em 1929, quando a Alemanha, a exemplo da grande maioria dos países europeus e dos Estados Unidos, sofria com a Grande Depressão. Casou no Brasil e teve dois filhos, um menino e uma menina, Anita, minha “oma” (avó em alemão).
Em 39, a família voltou à Alemanha. Primeiro foi o vô, com os dois filhos, pois não tinham dinheiro suficiente para pagar a viagem dos quatro. A vó só foi depois, como babá, para pagar a travessia do Atlântico. Nenhum deles podia imaginar os horrores que os esperavam na Alemanha nazista de Adolf Hitler. Em setembro daquele ano, a Segunda Grande Guerra começou.
A princípio, moravam em Berlim. Durante a guerra, no entanto, se fixaram numa região próxima a Hamburgo; atualmente, território polonês. As dificuldades eram muitas nesse período. O vô queria ir para a África, mas, por diversos motivos (de saúde, inclusive), acabou indo para o front na Rússia, tudo o que ele não queria. Estava à disposição dos fascistas italianos. Enquanto os pequenos tinham de pedir comida de porta em porta, seus pés congelavam em terras inimigas. Foi levado de volta a Berlim, ficou em um hospital. Foi o que salvou sua vida. Já a salvação de sua esposa e os três filhos (sim, um terceiro nasceu já na Alemanha) foram as batatas. Era costume enterrá-las para evitar que congelassem. Não fosse por isso, nem batatinhas teriam como alimento. Batatas eram a base de sua alimentação. Outras coisas eram escassas, e não tinham dinheiro para comprar nada melhor do que aquilo. Mas pelo menos tinham as batatas.
Em maio de 1945 a II Guerra acabou. A população alemã que fora empurrada para Leste pelos russos ia, aos poucos, voltando para Berlim. Oma, sua mãe e os irmãos estavam nessa massa humana. Conseguiram voltar ao Brasil somente em 1948. Mais uma vez, a família teve que se separar. Eles não pagaram a viagem, mas o vô teria que pagar. A saída foi pedir auxílio a uma tia da colônia aqui no Brasil.
Aquela foi a última travessia daquele navio. Ele afundou na viagem seguinte. Antes de chegar ao Sul do país, foram três semanas na Ilha das Flores, Rio de Janeiro. O percurso até o destino final foi feito de trem. Mas as malas não foram junto. Perderam-nas, por má fé de outros imigrantes do mesmo grupo. A vó estava doente, os companheiros de viagem iriam despachar a bagagem para ela. Nunca as recebeu.
Conseguido o dinheiro da passagem, o vô retornou. Viveu por alguns anos em terras brasileiras, até que o casal se separou. Mais uma vez, ele foi para sua terra. Faleceu lá. A Oma, junto com o restante da família, ficou por aqui. Anos depois, casou com seu Alcino, meu Nono. Tiveram seis filhos, dentre os quais está meu pai. Desde a guerra, muito tempo se passou, muita coisa aconteceu. As marcas daqueles quase dez anos em território nazista, contudo, não têm como ser apagadas. Estão profundas demais, na memória e no coração.

15 maio 2005

Lembranças...

I don't want to miss a thing - Aerosmith

I could stay awake just to hear you breathing
Watch you smile while you are sleeping
While you're far away dreaming
I could spend my life in this sweet surrender
I could stay lost in this moment forever
Every moment spent with you is a moment I treasure

I Don't want to close my eyes
I don't want to fall asleep
Because I miss you baby
And I don't want to miss a thing
Coz even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I still miss you baby

And I don't want to miss a thing
Lying close to you feeling your heart beating
And I'm wondering what you're dreaming
Wondering if it's me you're seeing
Then I kiss your eyes
And thank God we're together
I just want to stay with you in this moment forever
Forever and ever

Don't want close my eyes
I don't want fall asleep
Because I miss you baby
And I don't want to miss a thing
Because even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I still miss you baby
And I don't want to miss a thing

I don't want to miss one smile
I don't want to miss one kiss
I just want be with you
Right here with you, just like this
I just want hold you close
Feel your heart so close to mine
And just stay here in this moment
For all the rest of time

I Don't want close my eyes
I don't want fall asleep
Because I miss you baby
And I don't want to miss a thing
Because even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I still miss you baby
And I don't want to miss a thing

I Don't want close my eyes
I don't want fall asleep
Because I miss you baby
And I don't want to miss a thing
Because even when I dream of you
The sweetest dream will never do
I still miss you baby
And I don't want to miss a thing

I Don't want to close my eyes
I don't want to fall asleep
I don't want to miss a thing


Não, não estou apaixonada... Ouvi essa música hoje, novamente. Lembranças... boas lembranças. Tempos muito bons aqueles. Músicas que sempre nos remetem a algo, bom ou mau, tanto faz.

Lembranças...

14 maio 2005

Eu (?)

Fiz umas mudanças hoje no meu perfil do Orkut... não que eu tenha sido muito esclarecedora quanto à minha personalidade... é que estou em processo de mudança, literalmente.

No momento, não sei quem sou, só sei que sou.

Contradição? Não necessariamente. Eterno processo de adaptação, sem dúvida.

Amo meus pais e meus amigos. Adoro escrever. Não sei declarar o 'foda-se' para o mundo. Perfeccionista. 'Caxias' também.

Cristã convicta, não tente me convencer do contrário. Alguns dogmas não devem ser explicados, apenas aceitos.

Falta do que falar? Talvez. Não importa, já fui muito filosófica essa semana. Ah! Quem souber de alguma kit ou ap de 1 qto próximo à UnB, avisa, please!!!!!

12 maio 2005

Algumas palavras

Tempos um tanto quanto complicados, esses em que vivemos. Tempos em que muitas vezes valorizamos mais as coisas do que as pessoas - ainda que "as pessoas" sejamos nós mesmos.

Tempos em que vivemos correndo, sem tempo para aproveitar nossos amigos, ou simplesmente apreciar toda a beleza que Deus criou - apesar de muito dela já ter sido bastante modificada.

Tempos em preferimos tratar com os outros via internet - MSN, Orkut, Gazzag, IRC (isso ainda existe...), e-mail etc e tal.

Tempos em que reclamamos se o computador demora mais do que um minuto para executar qualquer programa. Não sabemos mais esperar, queremos só o instantâneo.

Tempos em que temos medo de expressar nossos sentimentos por alguém, ainda que seja uma linda maizade. Temos medo de demonstrar carinho, cuidado... e indignação também. Não nos permitirmos mais nos indignarmos com as injustiças! E são tantas...

Nos revoltamos simplesmente porque o Orkut não sabe contar (eu mesma ainda não entendi porque há algum tempo tenho -1 mensagem), mas não nos preocupamos com a miséria do outro, nem com a nossa própria miséria. Não falo só de miséria em termos financeiros... também podemos ser miseráveis espiritualmente, intelectualmente, ou em termos de sentimentos.

Temos preguiça. Não temos só medo, temos preguiça também. Somos preguiçosos demais para fazer alguma coisa que preste. Somos egoístas demais para pensar no outro. Somos interesseiros demais para só nos mexermos quando sabemos que teremos algo em troca (basta ver o reboliço com os árabes que vieram a Brasília...).

Somos muita coisa e também não somos nada.

Mais algumas palavras interessantes, vide o que escreveu o Leyberson.

09 maio 2005

Minha primeira visita à nova escola

Uma das grandes preocupações dos pais de filhos pequenos é a escola onde vão estudar. Quando não se permitem confiar no sistema público, escolhem a dedo em qual das particulares seu pequeno rebento passará grande parte não só do seu dia, mas de sua vida, possivelmente. Uma boa escola, que proporcione à criança um ambiente adequado para seu desenvolvimento intelectual e social, faz toda a diferença.
Comigo não foi diferente. Passei por algumas creches antes de chegar aos três anos de idade. Não tenho lembranças desse tempo, sei porque mamãe contou e por ter algumas fotos em casa. No entanto, lembro-me de uma coisa. Se isso aconteceu mesmo, não sei ao certo, mas dificilmente essa imagem vai sair da minha cabeça.
Eu estava no carro com minha mãe, estávamos em frente a uma casa. Podia ver um espaço grande, que provavelmente já fora uma garagem. O chão era revestido de lajotas amarelo-escuras e as paredes, brancas. Havia umas colunas do lado esquerdo; à direita, paredes, com duas ou três janelas. Havia também uma porta lá no fundo. Mamãe me informava que ali eu iria estudar. Era aquela minha próxima escolinha. O nome? Semente.
Realmente não sei se foi exatamente assim que tudo aconteceu. Pouco tempo depois, a escola Semente mudou de endereço, e eu não me recordo de minhas aulas no prédio antigo, somente no novo, da rua Antônio Gerbase. Estudei ali até a quarta série dp fundamental, uns oito anos ao todo, eu acho. Fiz boas amizades, fui muito feliz. Isso tudo torna desnecessário saber se meu primeiro contato com aquela que seria minha segunda casa foi exatamente do modo como minha memória retrata. Se realidade ou fantasia da minha mente, o importante é que nunca esquecerei aquela casa com piso amarelo logo na entrada.

07 maio 2005

É...

Antes, só um aviso: não sei ao certo onde vou morar definitivamente. É uma pena, ,mas não deu certo de ir morar no ap com Flávia e Darlene.

Bom, mas hoje, passeio a Itiquira com a turma de fotografia. Muito bom! Assim que eu tiver paciência escrevo algo decente sobre isso.

Foi muito legal mesmo! Muitas fotos!!!!!

04 maio 2005

Independência ou Morte!

Ora, lembro-me muito bem. Meu amantíssimo esposo, Pedro, via em José Bonifácio um homem de confiança. Àquela época, meu querido era Príncipe Regente do Brasil, ainda subordinado à Corte Portuguesa. José e seu irmão, Antônio Carlos de Andrada e Silva, bem como o visconde da Cairu, José da Silva Lisboa, não largavam do pé de Pedro. Queriam que ele tomasse alguma providência, rompesse com seu pai e lutasse pela independência política desse país, que, de grande, só tinha o território.
Ai, que saudade da Corte! Lisboa, como eu queria poder ver-te novamente! Mas não podia. Pedro parecia fascinado. Sem falar que os jornais só falavam disso: Brasil independente. Ai, que idéia mais absurda! Só podiam ser loucos, como Joaquim Gonçalves Ledo e Januário da Cunha Barbosa.
Parece que foi ontem! Primeiro, meu Pedrinho recusou fidelidade à Constituição Portuguesa. Depois, convocou uma Assembléia Constituinte para o Brasil! Como pôde, meu Deus? Como se não bastasse, declarou inimigas as tropas portuguesas... Pedro estava fora de si, eu garanto! Foi tudo culpa do José. Ele queria o poder para si, e somente usou o meu Pedro.
Só que o pior ainda estava por vir... Maldita a hora em que EU sugeri a Pedro que fosse até São Paulo. Queria que ficasse um pouco distante desses loucos os quais enchiam sua pobre cabecinha com absurdos. Mas não adiantou. Tenho certeza, todas as exigências que, supostamente, foram feitas pelos portugueses eram falsas. Isso só pode ter sido idéia do José. E não é que foram atrás do Pedrinho para lhe entregar a tal carta? Ele ficou sem saber o que fazer.
Estava às margens do Ipiranga. Simplesmente gritou: “Independência, ou morte!”. Tolinho demais esse meu marido... Como eu queria ter estado lá ao seu lado para impedir tal sandice! Mas não estava. Foram os piores anos de minha vida! Deu o maior banzé! Só sei que minha filhinha acabou sendo enviada como regente a Portugal, depois que meu sogro, D. João, faleceu. Meu cunhado tentou usurpar o trono. Pedro e eu acabamos indo de volta a Lisboa. Conseguimos arrumar a situação. Aí, sim, foi bom. Voltei a viver como uma rainha, de fato e de direito, como sempre tinha sonhado.
Pedrinho II, pequeno que era, ficou por aqui, sob a tutela do José Bonifácio. Nunca mais o vi. Só soube que assumiu o trono logo, e governou durante muito tempo. Só saiu por causa daqueles republicanos. Outros doidos. Mas disso eu não posso falar, não conheço os detalhes. Agora, da sandice de Pedro, por causa dos loucos brasileiros, disso eu não esqueço nunca! Quase acabaram com minha vida de luxo e festas. Imagina só: eu, uma princesa linda, vivendo nesse calor eternamente? Com pouquíssimo luxo e em meio a milhares de rebeliões? Nem morta! Eu sou chique, benhê!

03 maio 2005

Escrever

Me deu vontade de escrever. O quê? Qualquer coisa. Só quis conversar um pouquinho comigo mesma. Nada de travessões, sinais gráficos que denotem duas pessoas falando. Isso é um monólogo, a princípio.

É legal falar um pouco com nossa própria consciência. É gostoso colocar em cheque nossas idéias por nós mesmos. Ainda que frutos da mesma cabeça, surgem contestações às vezes mais duras do que as feitas por consciências distintas. Sim, nós somos nossos maiores carrascos!

De qualquer forma, é bom remoer pensamentos. Pensar, repensar, “des-pensar” idéias, tê-las novamente. Semear pequenos pensamentos, amadurecer raciocínios, colher sonhos lindos, afinal.

Escrever, reescrever, apagar, rabiscar. Desenhos toscos, sem sentido. Letras? Sim, letras. Sentido? O que der na telha. Depende da ocasião, vontade, estado de espírito, animação. Tudo depende de como combinar as letras.

Desse súbito turbilhão de idéias, surgem palavras, orações, frases, períodos, parágrafos. Um texto. Abro o
Blogger. Login. Nova postagem. Copia, cola. Mudo a fonte, a cor. “Publish post”. Pronto? Não. Visualizar blog. Tudo certinho, do jeito que eu queria. Acabou? Não. E não acabará nunca. A cada pessoa que abre o blog e o lê, começa tudo de novo.

02 maio 2005

Engraçado...

É engraçado...

tem um bocado de gente que já me disse que leu esse ou aquele post...
Mas o povo não comenta! Depois eu acho que ninguém lê...

01 maio 2005

Joan Miró

Vale a pena conhecer, pelo menos conhecer.

Joan Miró. Artista espanhol, do grupo dos surrealistas. Não falo exatamente dos seus quadros, falo do artista em si. Fiquei encantada? Sim fiquei.

Dica de leitura: "A cor dos meus sonhos - entrevistas com Georges Raillard", de Joan Miró.

Boa semana pra todo mundo.