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30 março 2005

Dona Cotia que me contou

Dona Cotia que me contou e eu quase que não acreditei, mas no fim das contas vi que era verdade.
Era segunda-feira de manhã quando ela veio me falar que o leopardo tinha virado monge.
- Monge, dona Cotia? Ele que sempre quis ser artista de reality show?
- Pois é, dona Coruja. O Leo sempre foi super fã do Leão, aquele ator de seriado.
- O que vivia cheio de leoazinha rondando, suspirando pelos cantos por causa dele?
- Esse mesmo! Então... o Leo queria ficar famoso só pra ter esse monte de gatinha querendo namorar com ele. Achava o máximo aquela badalação toda. O que aconteceu foi que ele conseguiu o endereço do Leão e foi lá falar com ele, pedir umas dicas e tal...
- E isso não foi bom?
- Que nada! Esse foi o problema. Esqueceu que o Leão não e homem? Que a onda dele é outra?
- Ih... é mesmo.
- O Leo não sabia disso. E se decepcionou. Pior foi que o Leão disse pra ele que foi tudo culpa do sucesso. Que ele até que era macho antes, depois que desencaminhou.
- O Leo deve ter ficado transtornado... Ele sempre foi tão machista!
- Pois é. Ficou tão decepcionado que virou monge.

Pois é... as aparências enganam... Coitado do Leo. Era tão querido aquele leopardo...
Dona Cotia que me contou e eu quase que não acreditei, mas no fim das contas vi que era verdade.

28 março 2005

Eu vou

Quando você imagina que já não há mais ninguém, eu estou lá. Estou simplesmente porque me agrada ficar, fazer-lhe companhia. É bom ter alguém ao seu lado quando bate aquela carência, sabe? E mesmo quando você some por um tempo, eu continuo ali, esperando, imaginando quando vai voltar.

Gosto muito de ajudar as pessoas, mesmo que não receba absolutamente nada em troca. É cego? Excepcional? Uma criança sozinha? Um adulto depressivo? Pode chamar, eu vou.

O triste é que nem sempre me tratam bem. Tem muita gente que não gosta de mim. Às vezes é medo; outras vezes, simples desgosto. Mas no fim das contas isso não importa, eu sempre estou ali de novo. É sério... é só chamar que eu vou!

Algumas vezes fico por aí, andando sem rumo. Em outras aparece uma boa alma que me acolhe.

- Olha que coisa fofa! Posso levar pra casa? Me seguiu! Deixa eu levar pra casa, vai...

Aí me levam... Depois me largam de novo. Eu vou atrás, me largam mais uma vez. Aí me chamam! E lá vou eu abanando o rabinho. Eu não disse? É só me chamar que eu vou!


Mas eu sou assim. Não sei viver só. Preciso de companhia. Preciso DA companhia. A sua, de preferência. Se você não quiser, tudo bem. Mas caso contrário, é só chamar. Eu vou.

27 março 2005

FELIZ PÁSCOA!

Hoje é domingo de Páscoa!
Cristo morreu, mas também ressuscitou! Por isso não é vã a nossa fé!

Tradicionalmente, hoje também é dia de comer chocolate, e é isso o que eu estou fazendo: comendo chocolate, tomando chimarrão e passeando na internet.

Amanhã tudo volta ao normal. Mas será que o mundo virou anormal nesse domingo? Acho que não. Meu mundo, talvez. Tenho visita em casa, e isso muda um pouco a rotina...

Mas foi muito bom o fim de semana!

Por isso, só quero desejar a todos uma ótima Páscoa! Que Deus abençoe a todos!

24 março 2005

Eu - Mais uma de OT

Desde que o mundo é mundo eu estou aqui. “Ah, grande novidade!”, vocês dirão. E eu respondo: de fato vocês me conhecem desde o ventre de sua mãe. Não fosse por mim, ninguém estaria aqui. Eu gero vida. Mas cuidado, pois também por mim pode vir a morte.

Já fui vista pelo homem de várias formas, diversos estados físicos da matéria. Mas pura, purinha, sem absolutamente nada junto a mim, eu, só eu, sozinha, é difícil me ver. Eu estou em todos os lugares. Para onde quer que olhem, lá estou eu, nem que seja numa amostra bem pequena.

Estou no céu, na terra e embaixo da terra. Dentro e fora de você. Em alguns lugares sou escassa, tenho que admitir. Ali é uma tristeza só. Sentem muito a minha falta! Sentem tanto, que há algum tempo já se cogita a ocorrência de guerras por minha causa.

Ah! E o mais simples de tudo sobre mim: eu te molho!

23 março 2005

Diálogo

- O que é isso?
- Não sei.
- Um texto?
- Talvez, quem sabe...
- E aquilo?
- Um pedaço de papel.
- Só?
- Vai lá e vê.
- Mas não foi você quem deixou lá?
- Fui.
- Então... o que tem lá?
- Não sei, ora!
- Como não sabe? Não é seu?
- É meu sim. Mas não sei o que é. Só isso.
- Mas...
- Não enche! Já disse, vai lá ver e pronto!
- Você quer dizer que escreve e não sabe o que escreveu? Não pode!
- E quem disse que eu escrevi alguma coisa? É meu, mas não sei o que é. Ademais, não há palavra que seja capaz de traduzir uma vida em branco.

Silêncio...

22 março 2005

Rotina das Palavras

Uma rotina produtiva. Pedras que tocam a água. Movimentos circulares que não param. Nascem no mesmo lugar. O centro sou eu.

A cada pedra que cai, uma idéia que surge, palavras que se sucedem. E não param.

Um conjunto que se forma. Belo? Talvez.

Uma brincadeira, um jogo com as palavras, os sentimentos, as idéias. Uma diversão minha, só minha. E dos outros também. É bom? Eu acho.

Escrever... Criar... Me traduzir em palavras.

Minha vida... um livro aberto o qual todos podem simplesmente pegar e ler... mas só alguns são realmente capazes de compreender.

21 março 2005

É noite

É noite, a casa está escura. Uma criança quer ver a morte. Ela não queria morrer. A vítima seria outra pessoa. O carrasco, esse sim seria ela.

O ambiente na casa é de tensão. Ninguém sabe muito bem o que fazer. Ninguém fala nada, mas o ruído ali é ensurdecedor. A menininha não fala nada, apenas anda com uma pinça na mão. No entanto, os que estão na casa sabem exatamente o que ela quer. Só não sabem como pará-la.

A vítima está ali, inocente, dormindo sentada numa poltrona na varanda escura. O ambiente está carregado, cheio de objetos, pensamentos que pairam no ar, incomodam, angustiam.

O que aquele rapaz tem de errado não se sabe. Um puxão no seu suspensório, uma rebatida no peito e ele se vai. Não sofre, apenas morre.

E a cena se repete. A menina mata uma, duas vezes. Na terceira a gente tenta pará-la, segura, mas ela puxa mais uma vez, e mais uma vez ele se vai. Não havia o que fazer.

Eu acordo.

20 março 2005

É?

É normal alguém, ainda que inconscientemente, seguir os mesmos passos que dois amigos, simultaneamente?

Pois é, descobri que é mais ou menos isso o que eu faço agora.

Tal qual Leyberson e Rafael (o mesmo que tomou conta do blog durante fevereiro), eu faço jornalismo, estou participando do SOS Imprensa e da diretoria do CACom (Centro Acadêmico de Comunicação), sou monitora de fotografia (os dois também já foram). Só falta agora eu estagiar na Secretaria de Educação do DF ou no Planalto!

Que é normal a gente se espelhar em alguém em certos aspectos, ter alguém próximo como um modelo, isso eu já sabia que é normal, mas normalmente esse "modelo" é alguém mais família, pai, mãe, esse tipo de coisa. Mas "seguir" inconscientemente DOIS amigos... disso eu nunca tinha ouvido falar não.

18 março 2005

Eu já tava procurando essa música faz tempo...

- Rapazolla -
- Coração -


Coração, para que se apaixonou
por alguém que nunca te amou
alguém que nunca vai te amar


Eu vou fazer promessa,
para nunca mais amar
alguém que só quis me ver sofrer,

alguém que só quis me ver chorar

Mas eu preciso sair dessa
dessa de me apaixonar,

por quem só quer me fazer sofrer
por quem só quer me fazer chorar

É tão ruim, quando alguém machuca a gente
o coração fica doente, sem jeito até pra conversar
dói demais... só quem ama sabe sente
o que se passa em nossa mente, na hora de deixar rolar

nunca mais, eu vou provar o teu carinho
nunca mais, eu vou poder te abraçar
ou será, que vivo bem melhor sozinho
e se for, mais fácil assim pra perdoar

o amor... as vezes só confunde a gente....
não sei... com você pode ser bem diferente 2x

coração... para que se apaixonou,
por alguém que nunca te amou
alguém que nunca vai te amar 2x

coração...

17 março 2005

Oficina de Texto...

O tempo me é curto, e precioso.
Por isso, talvez eu não atualize o blog com tanta assiduidade. Mas não deixarei de postar, não! De jeito nenhum! Nem pensar!
O que vai acontecer daqui pra frente é que eu vou começar a colocar aqui alguns (se não todos logo) textos que eu escrever em OT1. A produção vai ser intensa, então devem sair coisas interessantes.

O primeiro já tá aí embaixo...

Noite

Um sonho. Uma dança. Suor. Gente. Música. Sono. Uma noite mal-dormida, interrompida. Uma noite muito boa, sim.

Eu dancei. Dancei muito. Dancei bonito. Dancei e me acabei.
E foi bom.

Eu senti o suor de um, dois, três, quatro, cinco... sei lá quantos!
Senti o perfume deles também. Senti suas mãos.
A noite foi boa.

Eu não chorei. Outros choraram por mim.
E nem bebi. Outros o fizeram em meu lugar.

Mas eu sonhei. Sonhei e procurei por meu sonho.
E não achei.
Achei outras coisas, outras pessoas, outros sonhos, vontades, desejos.

E no fim eu dormi. Dormi e acordei de novo.
E tudo voltou ao normal, uma vez mais.

15 março 2005

"Cada um de nós tem sua maneira de amar e de odiar, e esse amor, e esse ódio refletem toda a nossa personalidade. Porém, a linguagem designa todos esses estados pelas mesmas palavras em todos os homens; por isso, só pode fixar o aspecto objetivo e impessoal do amor, do ódio e de todos os sentimentos que agitam a alma. (...) Mas, assim como poderemos intercalar indefinidamente pontos entre dois espaços de um móbile sem jamais preencher o espaço percorrido, assim, pelo simples fato de que falamos, pelo simples fato de que associamos idéias umas às outras e que essas idéias se justapõem em vez de se interpenetrarem, falimos na tarefa de traduzir inteiramente em palavras aquilo que a nossa alma sente: o pensamento permanece incomensurável coma linguagem."

Henri Bergson

12 março 2005

isso nem título merece...

Só mais um dia. Só mais um domingo. É sábado e eu não tenho nada para fazer. Pelo menos não por enquanto.

Na Internet, poucos conhecidos. Quer dizer, tem gente sim. Mas eu não tenho assunto. Isso é um saco.

O blog já ta atualizado. Pra quê colocar mais alguma coisa? Porque eu não tenho nada pra fazer. Então vou escrever.

Vou escrever porque a partir de segunda eu vou ter pouco tempo. Fiquei até assustada com o terrorismo que já fizeram por eu ter pegado Introdução à Economia e à Antropologia no mesmo semestre em que faço Fundamentos da Comunicação Visual e Planejamento Gráfico. Será que eu dou conta? Sei lá. É pagar pra ver.

Tô entediada. Sábado à tarde sem praia. Sem poder ir almoçar na Massagueira (ai que saudade do Bar do Pato!) e sem carro pra simplesmente ir dar uma volta antes de ir pra reunião da JELE.

Eu tenho que limpar a minha sandália. Ta suja desde o forró no Arena. Mas tô com uma preguiiiiiiiiiiça! Fazer o quê, né?

Acho que vou indo. Eu acho alguma coisa pra fazer nesse apartamento que há mais de um ano eu chamo de ‘minha casa’.

Eu

Maria que entra muda e sai calada na peça do domingo de Páscoa? Eu, esse ano.
Uma garota de bicicleta, roupa de ginástica e mochila nas costas, indo para a UnB? Eu também.
Uma menina magrinha, com um vestido azul degrade, bordado saindo de uma salão de festas em Maceió? Eu, depois da minha festa de 15 anos.
Uma jovem, também magrinha, saindo da mesma casa de festas, com um vestido vermelho longo e sandália na mão, 7h da manhã? Eu, saindo da minha formatura de ensino médio.
Uma adolescente “fortinha”, que fica calada nos lugares quando não conhece ninguém? Eu de novo.
Uma jovem chorando no ônibus voltando da Chapada Diamantina para Maceió? Adivinha... Eu!
Uma menina loirinha que só comia pizza de “mussalera” e via o filme da “Cindelera”? Sim, era eu.
Uma adolescente estressada com a organização da abertura dos jogos internos do colégio na 8ª série, 1º, 2º e 3º ano? Eu, com certeza.
Uma garota tímida até demais? Podem achar que não, mas... Eu.
Uma universitária que por não ter o que fazer na última semana de férias passa as tardes na Internet? É... sou eu.

08 março 2005

Tudo acaba (?)

O leite acaba, o pão acaba, o café também acaba.
O dia acaba, o mês acaba, o ano acaba.
A tinta da caneta acaba, o lápis se acaba e a borracha também.
As aulas acabam, as férias acabam, aquele livro que a gente tava lendo, a gente acaba.
O petróleo deve acabar, a água potável também.
O sono acaba, o pique acaba, a paciência também acaba.

Tudo acaba. Ou não.

O amor verdadeiro não acaba.
Uma grande amizade também é eterna.
A graça de Deus não acaba nunca, nem Seu amor, Sua compaixão, Sua paciência...

Nem tudo o que é bom dura pouco. O que podemos ter de melhor... isso dura para sempre.

07 março 2005

Acordo

O sono foi bom, mas a cama não é mais a mesma. Talvez seja a falta dos meus travesseiros que não vieram junto.
As pessoas são as mesmas de sempre, mudaram muito pouco, é verdade, mas parecem tão diferentes de antes... Será que fui eu que mudei?
Ouço sua voz, mas ainda não pude ver seu rosto. Será que mudou muito? Improvável.
Quero encontrar, ver, mas não consigo. Talvez existam coisas, ou pessoas, mais importantes do que simplesmente matar as saudades.
Não, as coisas não são mais as mesmas.

Eu chamo, mas não tenho resposta.
Tento falar, mas não me ouvem.
Falo, mas não me entendem.
Clamo, mas não me atendem.
Tento, mas não consigo.

O mundo não é mais o mesmo. MEU mundo não é mais o mesmo. É outro, em outro lugar, com outros personagens, outra realidade.
Dos que eram, muitos já não o são mais. Alguns continuam sendo, mas seu papel na história mudou.
Mas o que era não quer deixar de ser. Eu não quero que deixe de ser. Vez ou outra volta, fica ali, cutucando, mexendo na ferida quase cicatrizada.
A gente aceita, claro. Mas, até quando? Não sei. Para sempre? Tomara...


(texto escrito ainda em Maceió...)

06 março 2005

Eu já tinha me esquecido do poder do tempo...

Aquela mágoa que fica quando nos chateamos? Com o tempo passa.
A melhor forma de "esquecer" um amor que não deu certo? Deixa o tempo passar.
Quem são os nossos verdadeiros amigos? O tempo vai dizer.
Um corte no dedinho que está incomodando? (Os menores são os que mais incomodam) O tempo é um santo remédio.
O corte de cabelo não ficou legal? O tempo conserta.
Saber se um relacionamento pode mesmo dar certo? Só o tempo consegue dar a resposta.
Não sabe se é bem isso o que quer? Dê um tempo para pensar.

Às vezes a combinação tempo e distância parece ruim. Mas não esquenta com isso não. É como tempo que a gente descobre o que realmente vale a pena.
Só cuida uma coisa: não fica só olhando o tempo correr, se não, dali a pouco se descobre quanto tempo foi disperdiçado só vendo a vida passar, e você ficou.

(O que que um retorno não faz com a gente, hein...)

05 março 2005

Voltei

Só queria dizer isso mesmo: voltei.
Voltei com pique pra tocar a vida, com saudades dos meus amigos brasilienses, com saudades da UnB!
Voltei para ficar por pelo menos quatro meses seguidos, sem interrupções. Só espero que não tenha greve de novo...
Voltei empolgada com o curso, empolgada com a vida e com novos desafios pela frente.
Enfim, voltei.