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24 setembro 2006

Só uma explicação...

Por favor, não me repreendam, não me crucifiquem...
A minha ausência tem uma explicação. Cansaço. Muito. Com tanta coisa para apurar, pensar e escrever na faculdade, não tenho mais ânimo para pensar e escrever no blog.
É isso mesmo. Uma estudante de jornalismo que não quer escrever, mais. Não quero escrever mais do que já escrevo.
Sim, os posts por aqui estão suspensos temporariamente. Quem sabe depois que o Campus acabar eu volte ao mesmo pique de antes desse ano de três semestres. Isso está me cansando.
Não postar no blog é uma espécie de férias, pelo menos em algum aspecto dos meu deveres.
Portanto, perdão, mas estou cansada de escrever. Aviso quando este meu espeço voltar à ativa.

16 julho 2006

Saiu no Estadão de sexta-feira

ABI e Abert pedirão veto a lei sobre trabalho na mídia

Entidades querem que o presidente Lula barre projeto aprovado pelo Congresso que eleva de 11 para 23 as atividades privativas dos jornalistas

José Maria Mayrink

O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azedo, anunciou ontem no Rio que, em articulação com a Associação Nacional de Jornais (ANJ), tentará convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a vetar o projeto de lei aprovado pelo Senado que fixa regras para o exercício da profissão de jornalista.

"Considero esse projeto desastroso, um disparate de autoria de amadores sem nenhuma vivência no dia-a-dia das redações", disse Azedo, ao justificar sua oposição à proposta. O presidente da ABI critica a "imprecisão" do texto ao definir as funções que, de acordo com a nova lei, só poderiam ser exercidas por portadores de diploma de jornalismo.

Um dos exemplos mais gritantes, segundo Azedo, é a definição de comentarista - "o profissional que realiza avaliação, comentário pelo rádio, televisão ou processo semelhante", conforme consta do inciso XIII do artigo 6º, que enumera as 23 atividades privativas de jornalista profissional.

"Se as escolas de jornalismo tiverem de dar uma formação de acordo com as qualificações definidas pelo projeto de lei aprovado pelo Congresso, elas vão se transformar num amontoado de disciplinas sem possibilidade de formar profissionais", alertou Azedo.

A ABI, segundo seu presidente, não foi consultada sobre o projeto de lei complementar (PLC 79/2004) quando ele foi discutido no Congresso. "Vamos ver agora se ainda dá tempo de levar o presidente da República a vetar o texto", disse Azedo, depois de analisar a questão com a Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Em nota assinada por seu presidente, José Inácio Gennari Pizani, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) se manifestou "indignada" com a aprovação do projeto pelo Congresso e pediu seu veto pelo presidente.

A Abert, diz a nota, acredita que, antes de deliberar sobre a matéria, o presidente deva receber e analisar as ponderações de todos os setores envolvidos. "A Abert confia que o princípio constitucional da liberdade de expressão e do direito ao trabalho prevaleça no exercício das atividades desenvolvidas pelos milhares de profissionais", acrescenta o texto.

O presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial (Aberje), Paulo Nassar, afirmou que o projeto de lei, "apresentado pelo deputado Pastor Amarildo (PSC-TO) e aprovado pelo Senado enquanto a sociedade brasileira estava entretida com a Copa do Mundo e aterrorizada pela falta de segurança pública", ameaça a liberdade de trabalho e de expressão no ramo da comunicação empresarial.

"O projeto, que transpira corporativismo e ranço inquisitorial, deve provocar desemprego com a eliminação de milhares de comunicadores mestiços", adverte Nassar, referindo-se ao "perfil mestiço" dos trabalhadores da comunicação empresarial, "produto da saudável mistura de relações-públicas, jornalistas, publicitários, administradores, economistas, historiadores, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros".

30 maio 2006

Um último texto antes do final (pq é necessário refletir sobre alguma coisa)

O que discutir quando há tanta coisa na cabeça ao mesmo tempo? Sobre o quê refletir, se eu mal tenho tempo para dormir? Não está fácil pensar em uma coisa só para servir de tema para um post.

Eu poderia falar de quão cansativo e ao mesmo tempo tão legal é a rotina de Campus 1. Para conferir, podem acessar o site antigo e ainda atual e, daqui a uns dias, eu espero, o site novo do Campus Online. Rádio também está muito bom, e vai ficar mas puxada nas próximas semanas.

Eu poderia também falar de como está a organização da chapa para concorrer ao Conselho Geral da JELB e das preparações para o Congressão de Joinville, em janeiro. Muito trabalho a ser feito, mas muito mais expectativa por tudo o que pode acontecer logo, logo.

Eu poderia, ainda, falar da minha vontade em ir visitar Maceió. Pegar uma praia, ver os amigos... Ê droga de passagens caras! E eu que não consigo comprar nas promoções.

Tem ainda outro assunto sobre o qual eu poderia falar: como estou feliz com o meu namoro! Não vou aqui descrever todos os detalhes e motivos, só preciso dizer que estou muito feliz!

Pois é, falei, falei e disse muito pouco sobre muita coisa. Mas era mais ou menos isso o que eu queria mesmo. Este é só o último texto antes do recesso.

02 maio 2006

Dúvida

O que fazer quando se percebe que se errou feio, por pura displicência? (Antes que me perguntem: não, não me arrependo, ainda, de quase nada do que eu fiz; talvez só da forma como eu fiz)

Existem coisas que ouvimos repetidamente durante anos e anos. Sabemos tudo de cor e salteado. Por exemplo, como ser bem educado com as visitas, ou como tratar pessoas mais velhas, oucomo ser pelo menos agradável com desconhecidos (amigos dos pais, pais de amigos, amigos dos amigos...). E concordamos com tudo isso o que aprendemos.

Existem momentos, no entanto, em que simplesmente esquecemos de tudo. Parece que não sabíamos de nada. A situação, que a princípio estava completamente sob controle, simplesmente foge às nossas rédeas e muito do que estava planejado acontecer, não acontece. Por outro lado, quase tudo o que não deveria acontecer, sob pena de estragar todos os planos, teima em nos tirar do sério, acontecendo.

Como contornar essas situações? Só conseguindo contorná-las e que poderemos responder a tal pergunta. Cada situação requer uma ação diferente, uma resposta elaborada exclusivamente para ela. Não adiantam respostas prontas, não funcionam fórmulas testadas por outras pessoas. Temos que construir nossa própria solução para os nossos próprios problemas.

Mas pior mesmo do que saber que "deu merda" e ficar na espectativa para saber se deu mesmo, ou não. A torcida para que seja tudo apenas suposição, preocupação à-tôa. A agonia achando que a Lei de Murphy prevalecerá e tudo o que tiver para dar errado vai mesmo dar errado.

Nesse caso, boa sorte.

24 abril 2006

Sono

Sono, muito sono. Sempre sono.
o que fazer com tanto sono que eu não consigo dar conta de matar? Preciso dar um jeito antes que ele me mate.
Sono, muito sono. Sempre sono.

(Aguardando as inscrições para o congressão entrarem no ar)

21 abril 2006

A arte de não adoecer (Dr Dráuzio Varella)

Recebi por e-mail de um amigo. A autenticidade? Bem, isso é um pouco difícil de gerantir 100%. Mas sempre vale pra pensar um pouquinho e atualizar o blog em dias de pouco imaginação, pouco tempo, poucoas idéias... (ainda procurando uma matéria para telejornalismo).

"Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos"
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: Gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - "Tome decisão"

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções"

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências"

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... Uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se"

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie"

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, Não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste"

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa! A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. O bom humor nos salva das mãos do ´doutor´. Alegria é saúde e terapia."

10 abril 2006

Saiu no JB - Opinião

O assunto veio à tona, com o aparecimento do Evangelho segundo Judas. Vale a pena ler, como reflexão e por se tratar da opinião de uma pessoa cristã.

Judas: discípulo, amigo ou traidor?
Maria Clara Bingemer - teóloga

Não é de hoje que os cristãos especulam sobre a figura de Judas Iscariotes, um dos 12 apóstolos que acabou por entregar Jesus nas mãos daqueles que o mataram. Agora, a tradução e análise de um manuscrito com mais de 1700 anos levanta a hipótese de que Judas, ao contrário de um traidor, seria o discípulo preferido de Jesus. As revelações foram feitas pela National Geographic Society, numa conferência de imprensa que deu a conhecer ao mundo, pela primeira vez, algumas páginas do famoso Evangelho de Judas.

Redigido em língua copta, o manuscrito - ou códice - data dos séculos 3 ou 4 e constitui a única cópia conhecida do Evangelho de Judas, cujo original terá sido escrito em grego por um grupo de gnósticos, antes do ano 180. A análise das 26 páginas do papiro sugere que Judas estaria, afinal, cumprindo os desejos de Jesus quando o entregou às autoridades.

Não é difícil imaginar o rebuliço que esta descoberta suscita na imaginação de muitos. Estaria sendo derrubado definitivamente o mito sustentado durante tanto tempo de que Judas teria traído Jesus e por isso seria uma figura maldita?

Mas as especulações do documento vão mais longe. Trazem uma interpretação gnóstica para explicar a relação entre Jesus e Judas. Este seria não um traidor, e sim o apóstolo privilegiado que teria a missão de entregar o mestre a fim de libertá-lo do corpo que o revestia e liberar a divindade que o habitava.

Nada mais distante daquilo que mais de 20 séculos de cristianismo experimentaram e proclamaram como o núcleo mais profundo da boa nova do Evangelho. A encarnação de Deus em Jesus de Nazaré em nenhum momento é um peso abrumador ou algo negativo do qual é preciso libertar-se. O mistério da encarnação diz justamente que o amor de Deus pela humanidade é tanto que Ele não se contenta em amá-la desde a sua divindade, mas vem ao encontro de sua criatura e entra na sua condição finita e mortal, fazendo-se carne e nascendo de mulher como qualquer outro ser humano sem deixar de ser Deus.

A maravilha do mistério de Jesus Cristo é justamente revelar que o único caminho autêntico e coerente para a comunhão com o verdadeiro Deus passa pela pobre carne humana, finita, mortal, limitada e sensível. E é assim que aquele que tinha a condição divina aprende a falar, a caminhar, sente frio, fome, come, bebe, vai a festas, chora pelo amigo morto, alegra-se por ver que aos pobres é anunciada a boa nova. E finalmente enfrenta o conflito que sua pessoa provoca, sendo fiel e obediente até a morte de cruz.

As escrituras cristãs são sóbrias porém claras ao mostrar um Jesus que caminha para Jerusalém sabendo o que o espera e assumindo a angústia e a dor de sua hora, confiante no amor do Pai que nunca o abandonara, mas que lhe permite ir até o fim em sua entrega amorosa e total. Em nenhum momento pretende escapar de sua condição humana naquela que entende ser a sua ''hora''. Nem renega sua solidariedade total e absoluta ao ser humano. E porque assumiu em tudo a condição humana, a tudo redimiu.

A ressurreição será a palavra definitiva de Deus Pai sobre aquela vida e aquela morte, iluminando com luz definitiva a pessoa de Jesus e proclamando a retumbante novidade de que o amor é mais forte que a morte.

Os discípulos que acompanham assustados o drama que não entendem têm diferentes tipos de atitudes. Muitos fogem, poucos ficam. Sobre Judas, as informações que se tem são muito poucas. Algumas correntes da exegese bíblica identificam seu nome - Iscariotes - como uma corruptela de sicário, que seria uma facção radical daqueles que se opunham à ocupação romana e acreditavam na retomada de Israel por caminhos inclusive violentos.

Talvez Judas esperasse que Jesus fosse o messias que finalmente derrubaria o poder que oprimia seu povo. Ao constatar que o mestre optava por um messianismo de serviço humilde e uma entrega não violenta da vida se decepcionara e o entregara. O relato posterior que os evangelhos fazem de sua morte por enforcamento sugere que se arrependera de seu gesto.

Judas foi escolhido por Jesus para segui-lo onde ele fosse, tal como os outros. No meio do caminho, a relação se rompeu, passando Judas de amigo a traidor. Jesus foi até o fim no destino que sentia como sendo o seu. E, certamente, sua última palavra sobre o amigo perdido foi de misericórdia, amor e perdão. Não há que invocar privilégios para Judas a fim de resgatá-lo do lugar de maldição que a tradição lhe designou. Basta para isso a fé na misericórdia de Deus que salva traidores e traídos, carrascos e vítimas, e que quer vida em abundância para todos.

(Retirado de http://jbonline.terra.com.br/ - em 10/04/2006)

07 abril 2006

7 meses, hoje

Não preciso dizer muita coisa. Hoje são 7 meses que estamos juntos. O que mais dizer além do que eu digo todos os dias?

TE AMO DEMAIS, ELOY DENZIM DEBUS!!!!

04 abril 2006

Back to my childhood

Alguns temas simplesmente vêm à tona durante conversas diárias. Brincadeiras de quando éramos crianças é um desses temas repentinos. Começamos a lembrar do que fazíamos, quais as brincadeiras de que gostávamos...

Lembro de como conseguíamos fazer o Allan, único menino da rua, brincar com as meninas de Barbie. Ou ficar segurando uma das pontas do elástico, quando só duas de nós queriam pular elástico.

Mas também lembro de todos correndo na rua, jogando futebol (ou tentando jogar - eu sempre fui perna de pau), brincando de esconde-esconde, pega-pega, rouba bandeira, queimado e tantas outras coisas... Muitas dessas brincadeiras nem são mais lembradas pela maior parte das crianças criadas no centros urbanos. A maior parte delas prefere ficar na frente da televisão, ou do video game, ou do computador.

Aqui em Brasília, particularmente, vejo poucas crianças correndo na rua. Até é possível ver uns e outros andando de biclicleta em algumas quadras, ou jogando futebol com os poucos amigos que encontram nos prédios isolantes (é incrível como mal conheço meus vizinhos de bloco!).

Correr muito, passar um turno inteiro brincando na rua com as outras crianças, se divertir como sempre se fez ao longo da história... isso é incomum hoje em dia. Agora, as diversões são outras. Acho que por isso há tanta criança gordinha, ou mesmo obesa. Não que as brincadeiras de hoje em dia sejam melhores ou piores que as de anos atrás, mas que mudou muito a rotina dos pequenos, isso mudou.

O que eu sei, é que tive infância, me diverti muito. E sinto saudades daquele tempo em que a principal preocupação era o dever de casa, que, se muito, tomava uma hora para ser terminado.

03 abril 2006

Coisas de mãe

Mãe é uma coisa engraçada. Uma ligação com os filhotes que nem o tempo nem a distância consegue desfazer.

Elas sabem exatamente o que estamos fazendo. Sentem quando não estamos bem. Têm certeza de que estamos felizes, exatamente quando estamos felizes.

Sabem ler no nosso tom de voz se algo não vai tão bem como desejamos, por mais que digamos que está tudo muito bem, obrigado. E sempre sabem dar os conselhos certos, ainda quen ão digam explicitamente o porquê daqueles conselhos, que para outras pessoas poderiam soar totalmente fora de hora.

Mas mãe é assim mesmo. Nos entendem melhor que qualquer outra pessoa. Nos escutam como ninguém mais escutam. Nos apóiam incondicionalmente, às vezes até quando fazemos besteira. Mas também sabem nos dar bronca, e até nisso são carinhosas. Afinal, são mães. E a minha, graças ao bom Deus, é exatamente assim.

31 março 2006

Apenas para reflexão

(02 de abril de 2006)

Durante esta semana, escrevi aqui sobre o voto nulo, fazendo, literalmente, campanha a favor do mesmo. Na verdade, não escrevi. Transcrevi informações recebidas por e-mail. É bem verdade que já havia ouvido falar que, havendo maioria de vots nulos numa eleição, a mesma seria e fato anulada e teria que ser realizada novamente, comonovos candidatos.

De fato, adoraria que fosse exatamente assim, mas não é. Amigos me avisaram disso, ainda bem. Por isso estou corrigindo o que tinha escrito anteriormente, neste mesmo espaço do blog.

Quem quiser mais informações, além de poder recorrer diretamente ao texto da Lei Eleitoral, ou a qualquer Tribunal Eleitoral e pedir informações, há um texto relativamente simples (o mais simples que o modo jurídico de expressão permite), encontrado (por um amigo meu) no Jus Navigandi, um site especializado em temas de Direito.

Apesar de tudo isso, erros e más interpretações à parte, continuo fazendo campanha pelo voto consciente. Se for nulo, ok. Cada um decida o seu. Mas que o faça sabendo em que(m) está votando.

29 março 2006

Férias!

Três semanas de recesso na faculdade. Nada de aulas, professores picaretas, textos para ler, matérias para escrever.

Três semanas para dormir o quanto tiver vontade. Para cozinhar em casa e comer o que der na telha, já que o RU não funciona. Para ir à academia mais cedo, de manhã, quando ela não está tão cheia.

Tempo suficiente para curtir o ócio criativo, para namorar bastante (ou não... aí não depende só de mim... existem fatores externos, porém intrínsecos, que interferem), para ficar até tarde conversando no MSN.

Três semanas para ficr sozinha em casa. Flávia viajou na sexta; Darlene e Milena se foram ontem. Três semanas para aturar o apartamento vazio. Isso aqui pe sinistro...

Três semanas como outras quaisquer. Vamos ver no que dá. Só sei que eu queria mesmo era viajar... ou ficar mais tempo com o meu fofinho.

27 março 2006

Feliz Aniversário!!

Eu não poderia deixar de citar as duas pessoinhas tão especias que esta semana completam idade nova. Na verdade, um fez aniversário ontem e a outra completa hoje.

Meus parabéns sinceros e carinhosos para o meu "irmãozinho" e para a amiga querida!

Rodrigo Perrelli - 20 aninhos --> Digo, tô com saudades, lindo! Vem me visitar, não?
Dani Kalkmann - 19 primaveras --> Té mais tarde, linda!!!

Amo vocês dois!!! Muito mesmo!


PS: E o Palocci pediu demissão...

26 março 2006

E... ?

Qual o problema em se sentir assim? Momentos de reflexão são normais na vida de qualquer pessoa. Por que, então, fico tão insegura quando é você que passa por esses momentos? Medo de que aconteça tudo de novo?

Sim, medo. Preferia não lembrar de tudo por que passamos. Preferia que você falasse um pouco mais sobre isso. "Não tô muito bem", vindo de você, não me faz nem um pouco bem. Mas você simplesmente não fala mais nada, fica só nisso e...

E eu não sei como agir. Como reagir? Perguntar mais, tentar "arrancar" algo específico? Talvez me desse menos insegurança saber melhor o que passa nessa cabecinha. Talvez eu não gostasse de ouvir exatamente o que você sente ou pensa. Talvez...

Mas eu fico nessa, sem saber muita coisa, cogitando as possibilidades, tentando não imaginar demais, para não sofrer por besteira. Eu tento. Conseguir é que são elas.

24 março 2006

"E quem, um dia, irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"

Nada a ver com o pequeno trecho escrito logo acima. Só foi para mostrar um pouquinho do que passa na cabeça às vezes. Eu estou precisando mesmo escrever um pouco, atualizar o blog de vez em quando é bom...

Sobre o quê falar? Tanta coisa acontecendo digna de ser comentada, citada, que é difícil escolher. O Alckmin foi escolhido pelo PSDB para ser o candidato do partido à Presidência da República. O Serra deve mesmo ficar com a disputa pelo governo de São Paulo. O caseiro que afirmou ter estado o ministro Palocci na "casa do lobby" e acabou tendo seu sigilo fiscal quebrado pela Caixa Econômica Federal. Mais dois deputados que foram inocentados pelo plenário da Câmara dos deputados. O STF manteve a verticalização nas eleições gerais deste ano. O Ronaldinho está gordo e sendo, constantemente, criticado lá fora. Os times cariocas estão muito mal das pernas.

Falar sobre corrupção? Sobre as CPI's? Sobre a disputa presidencial? Sobre a má-forma física do Fenômeno? Ou sobre a situação dos grandes times do futebol carioca? Talvez sobre as "férias" de três semanas na universidade. Quem sabe sobre o estágio novo que estou procurando.

Eu poderia comentar a jornada diária de um jornalista, praticamente escravo da notícias e das redações. Dissertar sobre a difícil escolha feita a cada semestre na hora de selecionar as matérias que queremos cursar a cada semestre (aliás, jajá teremos de efetuar matrícula novamente).

Muito assunto passível de discussão. Muito pouco para falar de muito. E eu fico nesse texto sem nexo, sem tema específico, sem rumo. E sem vontade de me apegar a qualquer um, quer ele tenha sido citado agora ou não.

19 março 2006

Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Muita mesmo.

Final de semestre na UnB... sem comentários sobre. Só que amanhã tem prova. E terça, apresentação de trabalho.

Com tanta coisa, uma lembrança e uma homenagem que não poderiam faltar.

PARABÉNS, SR BACHAREL EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO! AÊEEEEEE, BLÁULIO!!!!!

Você merece, Bolinha!

10 março 2006

Dias chuvosos

Qual a programação ideal para uma tarde chuvosa? E para uma noite?

Essa não é uma pergunta difícil de ser respondida. Temos cinema, filme em casa, namorad@, livros, internet... uma grande gama de alternativas. Inúteis! Pelo menos quando a cidade onde você se encontra é Brasília. Quer dizer, inúteis em termos, talvez essa não seja a palavra ideal. Deixem-me explicar...

Por maior que seja o número de opções para ocupar o tempo quando simplesmente fica complicado demais colocar o nariz para fora de casa por causa de uma chuva, ele sempre será insuficiente quando os dias, ou tardes, ou noites de chuva ocupam praticamente seis meses do ano, quase que ininterruptamente. É o caso da Capital Federal.


Há, ainda, outros poréns. Dependendo de quão forte é a chuva, é difícil sair de casa, mesmo com carro. Menos uma opção, no mínimo. Sem cinema (não temos nem como chegar no carro direito, quanto mais andar do local do estacionamento até a bilheteria e a sala de exibição!), só nos restam as opções caseiras.

Seção pipoca em casa? Só se já houver algum DVD locado, ou TV por assinatura, com filmes decentes na programação. Nem sempre estamos preparados para isso. Menos outra possibilidade.

Um livro! E se já lemos todos os que já estão em casa? Internet? Com a quantidade de raios que cai, as leves baixas de energia, o risco de queimar o modem ADSL, ou o PC, sem falar na conexão prejudicada, porque a linha telefônica já é antiga e não aguenta o tranco sob muita água... menos outras duas opções.

Ficar namorando em casa? Ótima opção. Mas só para quem tem namorad@ por perto. E mesmo que tenha, às vezes el@ também não consegue sair de casa. Nada feito, então.

Que fazer? Dormir, talvez. Estudar, quem sabe? Assistir à programação da TV aberta... Nada muito animador, convenhamos.

Tudo bem, sempre vão surgir opções de entretenimento, nem que seja se arriscar a um bom resfriado e ir brincar na chuva (que saudades da infância, hein! Eu ainda vou fazer isso!). Mas que é um cenário desanimador... isso é. Então, que volte a seca! Nada como as manhãs geladas, porém com sol, os dias quentes e secos até dizer chega, as noites frias, mas sem medo de um banho chegando ou saindo da festa.

Me procurem daqui a um ou dois meses. Ou então em julho, agosto e setembro. Me perguntem se já tenho saudades das chuvas do verão brasiliense.

09 março 2006

Mais do mesmo (e daí?)

Voltar atrás não é necessariamente fraqueza. Saber reconhecer que fez besteira é sinal até mesmo de sabedoria (ok, não levemos ao extremo, mas que é, pode ser...). É sinal de humildade, também ("não sou infalível, nem todo-poderoso, nem onisciente...")!

Voltamos atrás. Reconhecemos que a decisão inicial não era a melhor para nós. Pelo menos por enquanto. Até, quando? Isso só o tempo poderá nos dizer.

Que venha o tempo! Que venha a vida, que venha um monte de coisa...

03 março 2006

E tudo, mais uma vez, volta ao normal

Carnaval foi ótimo!

Já começou com meu aniversário na sexta-feira! E com mamãe presente! Esse sem dúvida foi o melhor presente que eu recebi. Depois vem o presente da Darly... lindo!! Brigada, mana pekeeee!!! Aliás, muitíssimo obrigado a todos os que lembraram de alguma forma: telefone, e-mail, orkut... e aos que compareceram à festinha aqui em casa, claro! Vinte aninhos, hein... quem diria... tô ficando veinha... hehe

De sábado a terça, retiro do DBCO, em Goianira, a 20km de Goiânia. Foi um retiro abençoadíssimo. Bastante trabalho para quem estava na organização (e eu me incluo nessa), mas muita satisfação em ver que tudo correu bem, na paz do Senhor e que todos os que se fizeram presentes puderam aproveitar bastante e sair fortalecidos na fé, para continuar na luta do dia-a-dia. A todos os que colaboraram, o muito obrigado, em nome da diretoria. Aos que compareceram, voltem sempre! Aos que não foram, por qualquer que tenha sido o motivo: perderam; vejam se não faltam na próxima!

De terça para quarta-feira, casa da Jubs em Goiânia. Ju e tia Denise, muitíssimo obrigada pela hospitalidade. Obrigada por sua amizade, pelo carinho com o qual nos receberam. Tenham certeza de que são sempre bem-vindas tanto aqui em Brasília como lá em Maceió!

De quarta a sexta, ecoturismo e turismo de aventura em Pirenópolis. Santuário de vida silvestre Vagafogo, fazenda Tabapuã dos Pireneus, tirolesa de 565m!!!! Cachoeiras, arvorismo, rapel no jatobá... tudo bom demais!!! Até mamãe fez tudo, apesar do medinho que dava de vez em quando.

Enfim, foi uma semana agitada, mas que também serviu para desligar um pouco do mundo. Aproveitar a companhia maravilhosa que é minha mãe, curtir a natureza de pertinho e ficar com gostinho de quero mais.

De volta a Brasília, à rotina normal. Sem traumas, disposta a encarar novamente a sala de aula, a correria da universidade, as responsabilidades do estágio, os compromissos assumidos com prazer na igreja. Voltar à companhia dos amigos, que também é maravilhosa e que já estava fazendo falta. Voltar ao meu computador e dar mais um gás neste blog aqui.

Não quero, mesmo, fazer dele um diário. Já, já volto com as minhas divagações existenciais, os questionamentos de quase sempre. Só tenham um pouco de paciência, pois é preciso inspiração. Por falar nela, de onde vem, mesmo? Um bom tópico para discussão, mas fica para outra hora, ok? hehe Que agora eu vou sair para dançar um pouco e me cansar o bastante para dormir feito uma pedra, a fim de amanhã estar pronta para tudo (ou quase).

21 fevereiro 2006

Saiu no JB - para os que ponderam demais

O inconsciente resolve pelos indecisos
Pesquisa mostra que não adianta ponderar demais
Claudia Bojunga
[21/FEV/2006]

Aos eternamente indecisos, uma dica: não é aconselhável ponderar durante horas as vantagens e desvantagens das opções disponíveis. Para fazer difíceis escolhas, segundo uma nova pesquisa da Universidade de Amsterdã, na Holanda, o ideal é não se preocupar, delegando a tarefa ao inconsciente.

De acordo com o estudo, que acompanhou pessoas comprando carros, roupas e mobílias, o melhor a fazer é pensar em outro assunto. Por exemplo, ao resolver entre dois lugares para viajar de férias, uma idéia é deixar o problema de lado durante 48 horas. Até que o nome do destino selecionado surja mentalmente.

Durante o trabalho, os cientistas fizeram vários experimentos. Em um deles apresentaram uma lista com 12 aspectos a ser considerados em relação a carros. Enquanto a alguns voluntários foi pedido que refletissem por alguns minutos, outros ficavam o mesmo tempo entretidos resolvendo anagramas.

Um maior número de pessoas que faziam parte do segundo grupo decidiram por melhores carros, comparando-se ao primeiro.

Mas o resultado é válido apenas quando muitos fatores estão envolvidos. Quando o mesmo experimento foi realizado com quatro características sendo oferecidas, os indivíduos que fizeram escolhas racionais foram mais bem-sucedidos.

Utilizar o método da intuição funciona melhor para decisões complexas, explica o pesquisador Ap Dijksterhuis.

A equipe também analisou o comportamento de participantes no comércio. Uma parte tinha feitos compras em uma loja de roupas, a Bijenkorf, e outra que vende móveis, chamada IKEA. Esta última possui artigos que envolvem mais aspectos a serem levados em conta.

Como era esperado, os consumidores que compraram na IKEA com base em um impulso se mostraram muito mais satisfeitos com o produto semanas depois. Já os que passaram pela Bijenkorf ficaram mais realizados, quando pensavam com mais calma sobre o assunto.
''Quanto mais se reflete sobre a decisão conscientemente, menos tempo resta para pensar na mesma decisão inconscientemente (ou seja, sem atenção)'', explica o artigo dos pesquisadores publicado na revista Science.

Ainda não se conhece como o inconsciente age nesse processo. Mas uma das razões que levam a intuição a funcionar é o fato de a nossa consciência ter capacidade para apreender apenas um número limitado de informações. Além disso, existe uma tendência a dar importância equivocada a determinados atributos, o que levaria a uma escolha menos acurada.

A pesquisa, explica, por exemplo, por que profissionais como médicos e bombeiros, podem tomar as melhores decisões rapidamente.

Mas os cientistas alertam que não se deve assumir a decisão impulsiva deliberadamente. Tomar posições políticas, mudar de estado civil e optar por determinada profissão são escolhas que devem ser feitas de forma consciente.

20 fevereiro 2006

Só uma pitada de orgulho e outras coisinhas

Eu não gosto de falar de dinheiro com meu pai. Nem ele gosta desse assunto também. Com minha mãe, já acostumei. Mas o que eu não gosto é que, normalmente, quando o assunto em pauta é dinheiro, é para pedir dinheiro, ou cobrar dinheiro, ou qualquer coisa do gênero.

Pedir dinheiro, seja para pai, mãe, tios, avós, namorado, amigos, quem quer que seja, é sempre constragedor. Pegar um empréstimo pessoal com conhecidos mexe, sim, com o nosso orgulho. Bom, com o meu, pelo menos, mexe.

Não tenho problemas em pedir favores. Acostumei, principalmente pelo fato de morar sozinha, longe dos familiares, sem carro. Se já me chamavam de serrona no colégio, por pedir carona de vez em quando, imagine como não me chamariam agora que estou dependente de caronas, nas mais das vezes!

Dependência. É essa a palavra que descreve muito bem o porquê, talvez, de eu não gostar de pedir dinheiro. Pedir um favor, que não dinheiro e não para papai e mamãe, é bem mais fácil, pois normalmente o motivo é transitório. Eu não tenho um carro AINDA.

Pedir dinheiro é diferente. Para os pais mais ainda. Pedir dinheiro, quando se recebe mesada, mostra que você não soube administrar seus recursos adequadamente. Quando se mora sozinha há dois anos, reconhecer isso faz mal para o ego. Sem falar no fato que a coisa não tá fácil para ninguém. Será que não estou explorando meus pais?!

Enfim, orgulho, cuidado, preocupação, ego ferido... São muitas as variáveis que podem explicar o desconforto no momento de pedir dinheiro para os pais. A minha? Um pouco de cada.

19 fevereiro 2006

Noite de fotos

Vontade de sair de casa. Para quê? Fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo! No cinema, no teatro, no festa, no show, no boite. Que fazer? Que tal fotografar?

A princípio, a ponte JK. Só que ficou muito tarde. Então... qualquer coisa perto de casa. Um vizinho fazendo companhia, duas máquinas digitais, um violão. Fotografamos.

Carros passando, Darlene fotografando... o que desse na telha. O importante é que tínhamos saído de casa. Nada de computador a noite toda, nem Globo Repórter.

O resultado dessa maluquice pode ser conferido na fotopage.

15 fevereiro 2006

"Olhos Negros"

Esperar. Ver a vida passar, buscando nela sempre alguma forma de felicidade. Se acomodar com o que se é oferecido. Aguardar por qualquer atitude de um alguém que ainda não se sabe quem. Esperar.

E viver. Viver à sombra de uma promessa, que um dia, talvez, quem sabe, possa vir a ser cumprida. Acordar a cada nova manhã sem ter a certeza de se aquele dia será de fato um novo dia. E, ainda assim, viver.

Prometer. Mundos e fundos difíceis de conseguir. Firmar uma promessa que ainda não sabe se poderá cumprir. Criar um sem número de expectativas que nunca serão sequer alcançadas. Não se importar com as esperanças de alguém, que irão acabar frustradas. Mas, sempre de novo, prometer.

E assim seguir. Pensando sempre nas coisas que não devia ter feito. Se arrependendo de cada um de seus defeitos. Fingindo ter feito o que nunca fez. Seguir cantando como se fosse inocente, contando vantagens e se colocando sempre à frente de todos os que alguma vez experimentaram por sua vida passar. Mas, acima de tudo, seguir. E viver. E sonhar.


(texto para Oficina Avançada de Narrativas, a partir do filme com o mesmo nome do título do post)

14 fevereiro 2006

Pipoca (parte III, e última)

Não demorou muito para que uma parte do grupo se separasse. A baianinha animadíssima, o pai, numa empolgação incrível, e uma das tias foram adiante. Não dava mesmo para ficarem todos juntos. Mas até que ainda estavam próximos.

A tia, dona da casa, o namorado dela e a prima estavam ainda por ali. Ele também.

Então aquilo que era a pipoca? Gente pulando ao som do axé, corpos suados em toda a volta. Gente que vez em quando girava o braço para o alto, segurando uma latinha de cerveja, refrigerante, Pitu Cola, ou mesmo água e derramando pelo menos metade no povo todo? Gente com lança perfume, ou loló, “viajando”, caindo pelas tabelas. Gente nem aí para ninguém ao lado, simplesmente pulando, dançando e se empurrando para conseguir espaço?

Não era aquilo o que ele esperava. Aos poucos, a excitação por estar saindo na pipoca foi se esvaindo. Os passos que antes estavam no ritmo da música iam aos poucos ficando mais lentos, mas tímidos. A cabeça antes alta, tentando captar tudo ao redor, ia ficando baixa. Lágrima rolavam devagar pelo rosto vermelho de calor. O vermelhão se destacava no rosto branco do gauchinho.

Foi aí que a tia se deu conta de como estava o sobrinho. Tanta gente em volta se divertindo e ele ali, quieto, triste até.

- Que é isso, Thomas? Que é que você tem? Machucou com alguma coisa?

- Ah, tia Ilse... eu não gostei dessa pipoca... – ele disse, chorando.

E eles voltaram. Ele chorando. A tia rindo da situação. E a prima chorando com ele, porque a mãe estava rindo dele. E essa foi a pipoca.

Agora não deu, quem sabe daqui a alguns anos, quando ele estiver mais velho, pronto para curtir e sabendo já como é a tal da pipoca.

(Conto para Oficina Avançada de Narrativas)

13 fevereiro 2006

Pipoca (parte II)

A tal da baianinha divertida contagiou a todos com a idéia de sair atrás de um trio elétrico. Não tinham comprado abadá para bloco nenhum, mas, segundo ela, o mais legal mesmo era sair na “pipoca”.

A pipoca...

Ele só pensava na tal da pipoca. Como será que era isso? Será que eles jogam pipoca de cima do trio para quem não está no bloco? Por que será que a amiga da tia preferia sair na pipoca?

Sabe-se lá que tanto de coisa passava na cabeça de um garoto gaúcho de nove anos, que nunca tinha visto uma pipoca numa micareta. Mas que ele estava animado, isso ele estava. O importante era que pipoca, ali, era sinônimo de festa. Toda criança gosta de festa e ponto.

O Maceió Fest começou na quinta-feira, mas eles só foram mesmo no sábado. O ponto de encontro era a sorveteria no início do percurso. Já era um ponto bem conhecido de todos ali. A Bali era passagem obrigatória depois do almoço de domingo. Conheciam os donos e tudo. Era o lugar ideal para servir de base.

Tinha muita, muita gente na rua. Chegar ali foi complicado, mas conseguiram. Pegaram uma mesa na calçada, de onde se podia ver toda a movimentação na rua, ao mesmo tempo em que estavam “protegidos” do centro da muvuca.

Quem comandava a turma era a baianinha arretada, amiga da tia. Passou o primeiro trio. Gente, gente, gente. Barulho, música. O coração parecia que batia no ritmo do axé que saía do trio elétrico. Um movimento que tomava conta daquele corpo ainda pequeno, do tamanho da infância do garoto.

A cada carro que passava, sempre na mesma onda musical, a excitação tomava conta dele. Como será que é a pipoca? Deve ser muito bom, muito bom mesmo!

Era aquele! Ela chamou, todo mundo pronto. No primeiro espaço entre a multidão todos entraram, e foram.

Estavam na frente da corda, que limitava o espaço onde ficavam apenas os que estavam dentro do bloco. Ali eles não podiam entrar, não tinham o abadá. E os “cordeiros” não eram nem um pouco simpáticos. Iam empurrando quem quer que estivesse na frente à medida que o trio avançava um pouco mais. O bloco não podia parar.

(para Oficina Avançada de Narrativas - amanhã tem a parte final)

09 fevereiro 2006

Pipoca (parte I)

Praia, sol, calor, areia. Precisa de mais alguma coisa para divertir um garoto de nove anos de idade? Ele tinha tudo isso, além da companhia do pai, duas tias, a avó e uma prima. Tinha com quem brincar na areia, construir castelinhos, pular ondas, fazer de um tudo.

Mas aquele verão era diferente. Diversos motivos faziam daquele mês de janeiro especial. Tudo bem que ele não tinha começado muito bem. Na virada do ano, à beira-mar, o champanhe resolveu, por conta própria, estourar antes da hora. O fósforo, pelo contrário, resolveu sumir bem na hora, o que levou ao atraso dos fogos que tinham sido preparados. Resultado, o “espetáculo dourado” atrasou um pouquinho. Pior que nem deu para fotografar o acontecido. Foram tão rápidos que nem deu tempo de a tia pegar a máquina fotográfica. Quando ela viu, já tinham acabado.

Até aí, tudo bem. O mais divertido ainda estava por vir.

Aquela era uma época em que “pipocavam” carnavais fora de época por toda a região Nordeste do Brasil, e Maceió não podia ficar de fora. Foi assim que, no ano anterior, surgiu o Maceió Fest, o carnaval fora de época oficial da capital alagoana. Aquela era a segunda edição do evento, que já movimentava milhares de foliões e muito, muito dinheiro. Ele ainda não fazia idéia do que era uma micareta. No máximo, tinha visto algo sobre na televisão.

Eram quatro dias de festa. Trios passando pela avenida, na frente daquele marzão lindo de Pajuçara e Ponta Verde. Diversas bandas e cantores solo desfilavam em cima dos trios elétricos. Quase todos vindos da Bahia. Muita gente pulando atrás ao longo e todo o percurso, ao som do axé. A música era uma febre recém saída do estado de ACM, que se espalhou rapidamente por todo o território nacional.

Da Bahia também viera uma amiga da tia. Uma baianinha quase tão elétrica quanto os trios que desfilavam. Animadíssima, lindíssima. Quase tudo nela era superlativo, principalmente a empolgação, que se espalhava para todos em volta. Não foi à toa que o pai dele se apaixonara por ela.

(conto para Oficina Avançada de Narrativas - quando voltar de Goiânia publico o resto dele)

07 fevereiro 2006

E o que é que eu tenho a ver com isso?

Minha mãe não gosta de funcionário público. Em geral, ela tem raiva deles, tanto quanto dos advogados que aprendem a ser corruptos, mentirosos, dissimulados e vendidos. Não quero dizer que ela odeia todo e qualquer servidor público. Mamãe tem mais pontos contra o funcionalismo municipal lá em Maceió. E contra o estadual também. De certa forma, concordo com ela em seus argumentos.

A impressão que nós temos de boa parte dos servidores, concursados ou não, pelo menos por lá, é que estão ali somente para atrapalhar nossa vida. Estão sempre insatisfeitos com as condições de trabalho e com o salário. Abro aqui um parêntese: queria ver como ficariam se tivessem que diminuir o salário, por causa dos encargos e custos de produção, como boa parte dos profissionais liberais... mas isso é outra discussão. Voltando às reclamações, ou os servidores têm trabalho demais para fazer, ou o trabalho é monótono, ou simplesmente não queriam estar ali. Dificilmente um dia de serviço alcança qualquer equilíbrio.

O porquê de tanto mau-humor e má-vontade? Eles realmente não queriam estar lá, sentados numa cadeira velha e desconfortável, atrás de um balcão velho, em frente a uma lata velha chamada de computador, atendendo a um cidadão qualquer, que não entende que ele, mero técnico administrativo (ou nem isso), não pode fazer nada além do pouco que já foi feito. “A burocracia é assim, meu senhor. Não posso fazer mais nada”.

Talvez quisessem ser médicos, engenheiros, professores de biologia em um colégio particular. Talvez tenham terminado um curso superior qualquer só para agradar à família. São frustrados, mesmo. Não fazem o que gostam. Estão bem longe do que sonharam para suas vidas. Foram parar no funcionalismo público em busca de estabilidade. Não era isso o que desejavam, mas não tiveram coragem de buscar mais. Agora estão ali, eternamente insatisfeitos e de cara amarrada.

Adultos de todas as idades. Desde o jovem recém-saído do ensino médio até o cinqüentão, que não vê a hora de se aposentar. Acomodados, incomodados. Vivem assim e vão morrer assim: frustrados. E a gente, que não tem nada a ver com isso tudo é que tem que se acostumar a esperar horas na fila para qualquer coisa em qualquer órgão municipal e ser mal atendido. Foi isso o que aconteceu segunda de manhã.

Por isso que minha mãe tem raiva de servidor público.

(para Oficina Avançada de Narrativas)

05 fevereiro 2006

Grande coisa...

Milhões de coisas a fazer, conto a escrever, seminário para terminar. Reunião programda para hoje e tudo o que eu não queria era ficar em casa o dia todo. Já não fiquei. Grande coisa, sair para ir almoçar no Giraffa's está longe de ser grande coisa.

Alguém me dá uma idéia para o meu conto? Não sei o que fazer. Alguém me chama para fazer qualquer coisa? Já enjoei do meu quarto, por hoje. Existe alguma fórmula mágica para recolocar rítmo na vida?

Sim, Little Rafa, a vida é realmente bela. Mas nem sempre, por mais ensolarado que esteja o dia, ela se mostra bela. Às vezes ela simplesmente não está como você gostaria que estivesse.

Se eu estou bem? Sim, na medida do possível. É sério. Não penso em me matar, nem em fazer loucura nenhuma. Foi difícil? Sempre é, fazer o quê... Mas eu estou bem, juro! Só não consigo focar em alguma coisa para pensar. Talvez só quisesse alguma coisa diferente, sei lá.

Não tenho mais o que dizer. Isso já está virando uma loucura, quase ininteligível. Afluência dos mais variados tipos de pensamentos. Simplesmente jorram, batem aqui e ficam. Grande coisa...

02 fevereiro 2006

It's over

"Já não se sabe o momento exato de partir
Não quero me entregar tão cedo
Aquele amor que eu senti quando te conheci
Não tá rolando mais faz tempo
Não vejo mais o brilho dos seus olhos pra mim
Nem sei se ainda posso mesmo te fazer feliz
Cada momento que passamos, juro, foi bom
Mas tudo que acende apaga, e o que era doce se acabou"

"Levo a vida como eu quero
Estou sempre com a razão
Eu jamais me desespero
Sou dono do meu coração

Quando a paixão não dá certo (não há porque me culpar)
Eu não me permito chorar (já não vai adiantar)
E recomeço do zero
Sem reclamar"

Não preciso falar mais nada. Acho que todo mundo já me entendeu.

01 fevereiro 2006

Saiu no UOL hoje

01/02/2006 - 12h07
Cientistas mostram que hormônios têm culpa pelo fim da paixão

"Londres, 1 fev (EFE).- Os hormônios são culpados pela duração de apenas dois anos de uma paixão amorosa, segundo um estudo publicado no último número da revista "Chemistry World", da Real Sociedade de Química do Reino Unido.

Uma equipe de cientistas da universidade de Pisa (Itália) estudou o comportamento dos hormônios em uma relação amorosa e comprovou que o desejo desaparece após dois anos de relacionamento, por causa das mudanças biológicas ocorridas nos corpos dos parceiros.

Para o bioquímico Michael Gross, "enquanto os companheiros prometem amor verdadeiro, os hormônios dão a entender outra coisa".

"Esta pesquisa mostra a presença no sangue de certos hormônios no início da relação, mas não há provas de que eles prevaleçam nos indivíduos que têm uma relação há anos", disse o bioquímico.

Segundo o estudo, enquanto no início da relação é abundante um elemento químico chamado neurotrofina, que provoca o desejo, com o passar do tempo a quantidade dessa substância diminui, e ela é substituída por um hormônio denominado oxitocina, que consolida os sentimentos mais duráveis de amor e de compromisso."

31 janeiro 2006

"Não quero chá, não quero café, não quero Coca-Cola, me liguei no chocolate... só quero chocolate... Não adianta vir com guaraná pra mim, é chocolate o que eu quero beber..."

O que eu quero beber e comer também. Muito chocolate! Ansiosidade à flor da pele? Indefinição demais, coisa demais na cabeça pra pensar, coisa demais pra fazer...

"Quando a paixão não dá certo, não há por que me culpar, eu não me permito chorar, já não vai adiantar... E recomeço do nada, sem reclamar..."

Algum motivo especial para pensar em tanta coisa, não conseguir focar em nada? Será mesmo que não deu certo? Quanto mais vou ter de esperar para saber o que fazer?

Por mais que alguma coisa nós não possamos controlar, um mínimo de noção do que se passa é, digamos, fundamental. Pelo menos para mim. O que pode ser angustiante como não saber onde foi o começo e quando será um fim? Não qualquer fim, claro, mas um fim que parece já se anunciar.

O fim de quê? Cada um entenda como quiser. Há tanta coisa em curso que pode ter um fim. A própria vida pode ter um fim. Enfim... Este post também já está pedindo um fim. Enquanto isso, eu sigo na minha trilha sonora de cada dia, que surge do nada na minha cabeça, de acordo com as circunstâncias. Mas isso já é outra história...

"eu levo a vida como eu quero, estou sempre com a razão, jamais me desespero, sou dono do meu coração..."

30 janeiro 2006

O que é uma mulher de peixes?

Recebi essa descrição de uma amiga, que achou numa comunidade no Orkut. Algumas coisas têm a ver comigo, sim. Não que eu acredite nessas coisas de signo, mas...

Aí vai:

"peixes (20/fev a 20/março)
mulher de peixe peixe é
em aguas paradas não dá pé
porque desliza como a enguia
sempre que entra numa fria.
na superficie é sinhazinha
e festiva como a sardinha
mas quando fisga um namorado
ele está frito,escabechado.
é uma mulher tão envolvente
que na questão do paraiso
há quem suspeite seriamente
que ela era mulher e a serpente
seu Id:aparentar juizo
seu ego:a omissão, o orgulho
sua pedra astral:a ametista
seu bem:nunca ser bagulho
sua cor:o amarelo brilhante
seu fim:dar sempre na vista"

29 janeiro 2006

Hoje deu vontade

Hoje deu vontade de chorar. Quer dizer... hoje não, agora. Não porque Frank Sinatra já esteve resfriado. Não porque algum jornalista tinha que fazer um perfil seu, mas não conseguiu falar com ele. Não porque eu tenho que escrever dois textos distintos sobre um mesmo tema. Não porque estou com saudades da minha mãe. Não porque estou com saudade do meu pai. Não porque tenho uma pesquisa enorme pra terminar, um monte de coisa pra ler. Não porque eu não sei se vou dar conta de tudo o que tenho que fazer. Não porque vamos ter trabalho pra dar conta do DBCO e (quem sabe?) de um provável CG.

Deu vontade de chorar simplesmente porque deu. Talvez porque nem tudo vai como eu gostaria. Nem tudo vai como ia. Nem tudo vai como eu imaginava que fosse. Talvez porque as coisas mudam e nem sempre a gente consegue mandar nos nossos sentimentos. Talvez porque imagino demais, penso demais nas possibilidades do que pode acontecer comigo. Talvez...

Talvez seja por isso que a garganta tranca, as palavras não conseguem escapar pela boca, os olhos ficam cheios de lágrimas... e elas caem. Escorrem pelo rosto displicentes. A música que rola no player não ajuda muito a melhorar o astral do quarto. Tudo soa como se fosse dor-de-cotovelo, e aí é que a situação só piora.

Talvez eu nem saiba direito o porquê do choro. Eu só sei que deu vontade de chorar. E eu chorei.

28 janeiro 2006

Não sei, de fato, o que vale ou o que não vale a pena... enfim...

E por hoje isso é tudo em que consigo pensar.

27 janeiro 2006

Será?

Até que ponto vale a pena insistir?
Até quando a gente pode conviver com uma situação que incomoda?
A partir de onde um sentimento fica mortalmente prejudicado por situações adversas?
Será que um sentimento é capaz de mudar uma pessoa mesmo?
Os velhos costumes são eternos?
E as velhas influências?
Será que eu mudei demais na última semana?
Ou simplesmente estou começando a enxergar aquilo que me recusava a ver?
Será mesmo que vale a pena?
Ou será melhor mudar o foco, inverter um pouco o rumo?
Esperar ou fazer acontecer?
Colocar um ponto final já ou prolongar mais um pouco?
Buscar outras alternativas?
Tentar mais uma vez?
Dar mais uma chance? Me dar mais uma chance de conseguir?
Desistir e esquecer?
E o convívio, ficaria onde?
Voltar ao ponto inicial? Recomeçar?
Ou voltar ao início e seguir um rumo diferente?
Será que eu consigo?
Será que vale mesmo a pena?
Que tal deixar em suspenso, de lado um pouco mesmo?
Partir para outras coisas?
Me dedicar mais a outras prioridades igualmente importantes?
Querer mudar o mundo? Não, isso não.
Talvez só parte dele...

Perguntas ainda sem resposta, esperando por umpouco mais de reflexão, exigindo, talvez, mais atitude da minha parte, menos medo de sair do canto e colocar a cara no mundo.

23 janeiro 2006

Um sonho de olhos azuis

Quatro da manhã e o despertador toca. “Nossa, mas já?” Corre, toma um banho, engole qualquer coisa. A festinha de carnaval da empresa foi boa. Chegou em casa já às 2h, dormiu muito pouco esta noite. Mas agora não é hora de pensar em nada ligado ao trabalho, nem mesmo no Robertinho, aquele gerente gato da loja no Iguatemi. É necessário estar no aeroporto até às 5h para o check-in. “Essa época é complicado viajar... tem gente demais”, pensa enquanto engole duas bolachas cream-cracker.

As ruas estão vazias, os sinais ainda desligados e o percurso é até que rápido. “Ainda bem que eu consegui esse vôo bem cedinho, pelo menos do trânsito estou livre”. Pudera, a cidade está vazia nesses dias. Quase todos vão para a praia ainda na quinta à noite. “Só nós, escravos de multinacional, é que temos que ficar trabalhando em plena sexta-feira de carnaval. Isso tem que valer a pena”.

Desde a semana anterior, pelo menos, ela só pensava na viagem à Bahia. Foi programada de última hora, pois a chefe só confirmou a liberação na quinta e na sexta depois do carnaval nos últimos instantes. “Se tivesse que voltar na quarta-feira de cinzas não valeria a pena...”, era o que dizia sempre que perguntavam por que não se contentava com os quatro dias normais do feriado. Ao menos havia conseguido o que queria. Estava embarcando para Salvador, ia ficar na casa de um amigo do primo de sua mãe, que também era cunhado da sua tia.

“Atenção tripulação, preparar para aterrissagem!”, dizia a voz do comandante do avião. Mal conseguia acreditar, estava, enfim, na capital baiana! Não via a hora de chegar em casa, trocar de roupa e ir para a praia. Só queria saber de sol, cerveja, música e muitos negões para beijar na boca e contar para as amigas todas. “Mooooorrraaammm de inveja!”

A praia estava linda! O mar era de um azul simplesmente inconcebível, que se encontrava com o azul do céu na linha do horizonte como nunca tinha visto antes. E gente, muita gente na rua. A cidade inteira era uma festa só. As músicas se misturavam numa sinfonia de sons perfeita. Não precisava entender o que era cantado em cada esquina, o ritmo era o suficiente, alto o bastante, forte o bastante, onipresente o suficiente para amarrá-la e a levar com ele para onde quer que fosse.

Apesar da muvuca que imperava em todos os lugares, não foi tão difícil encontrar o endereço do amigo do primo de sua mãe e cunhado da sua tia. Não era um apartamento luxuoso, talvez até mais simples do que esperava, mas não era preciso mais do que tinha ali. Eram 15 pessoas hospedadas no mesmo lugar. “Tudo bem, não tem problema nenhum... o que eu menos vou fazer é ficar em casa... só preciso de um cantinho para descansar de vez em quando e um banheiro para tomar banho”. Nem adiantava esperar mais que isso.

“Esse ano eu vou me acabar! Quero dançar todas, beber todas e mais algumas... vou chutar o pau da barraca!”. E foi com esse espírito que deixou a mala num cantinho de um dos dois quartos e saiu.

Por ter decidido a viagem muito em cima, não conseguiu comprar abadá para nenhum dos blocos. A saída era acompanhar o carnaval na pipoca mesmo. Não era a melhor opção, mas era a única. Estava na Barra, bem próxima ao Farol, quando passava o Camaleão, bloco do Chiclete. “Chiiiicleeeeeteeeeee! Oba! Oba!”. No delírio da multidão, sob o sol ainda escaldante, apesar de já ser final de tarde, eis que ela o vê.

Não é comum ver pessoas mascaradas no carnaval soteropolitano, hoje em dia. Mas era assim que ele estava. Apesar da máscara de monstrinho, conseguia ver os olhos dele. “Está olhando para mim...”. Olhos tão azuis quanto o céu às 5h da tarde, sem nuvens. Lindos olhos, que não saíam da sua imaginação durante o sono todo. Não conseguira sequer chegar próximo ao rapaz. Era gente demais, e ele estava dentro do bloco, dava para reconhecer a mortalha.

No dia seguinte, procurou saber qual o percurso do Camaleão e foi atrás. Era difícil acompanhar o trajeto todo do bloco, por causa da multidão, mas ela tinha certeza de que tanto esforço valeria a pena. Não se importou com os pisões no seu pé, as puxadas no cabelo, os banhos de qualquer bebida que estivesse sendo consumida por ali. Sentia que precisava ver novamente aqueles olhos cor do mar. Estava praticamente hipnotizada pela visão do dia anterior.

O percurso já estava na segunda metade quando o viu novamente. Usava a mesma máscara de monstrinho, que só deixava ver os olhos azuis. Ele também a viu e, mais uma vez, parecia devorá-la só com o olhar, guloso, envolvente. Já tinha virado questão de necessidade conhecer melhor aquele sujeito. Mais uma vez, no entanto, o movimento semi-orgânico da multidão, a massa humana a qual se movia como se fosse uma coisa só não permitiu a aproximação.
Ela não conseguia ver mais nada. Ninguém mais era interessante o suficiente. Música nenhuma era animada o bastante. Qualquer entorpecente, álcool, lança-perfume ou qualquer outro, conseguia fazê-la esquecer aquele par de olhos celestes. Não havia mais outra motivação que não encontrá-lo mais uma vez, nem que fosse para uma noite apenas, um beijo somente!

Já chegara a segunda-feira. Ela continuaria na cidade até o domingo seguinte, mas nada poderia garantir que ele também ficaria. Talvez tivesse de voltar para São Paulo, ou Porto Alegre, ou Brasília, ou até Nova Iorque, Munique, Paris! Todas as possibilidades pareciam verossímeis. Ela iria até os piores becos de Salvador. Não podia sair dali sem saber quem era o seu príncipe com rosto de monstrinho.

Quem passava, agora, era o bloco da Ivete. Chegava, também, o da banda Babado Novo. Mas nada disso importava, faltavam aqueles olhos. “Então vem... que eu conto os dias, conto as horas pra te ver. Eu não consigo te esquecer...”. aquela música ao fundo, onde será que ele anda? “Ei, você!”, ouviu uma voz chamar ao fundo. Era ele! Estava bem ao seu lado, com a máscara cobrindo o rosto todo, mas reconheceu pelos olhos azul-anil. Não teve tempo para falar nada. Apenas sentiu seus braços a envolvendo. E que braços! Um abraço gostoso... Tirou a máscara, e que rosto lindo! Não tinha palavras para descrever o quanto. Um movimento simultâneo dos dois, quase ensaiado, levando a um beijo inevitável.

Triiiiiiiimmmm!! Era o telefone. “Alô! É da casa da Mônica?”. “Mônica? Não, minha senhora. Aqui não tem Mônica alguma”. O relógio já marcava 8h da manhã. “Droga, mais um pouco e eu me atraso pro trabalho. Plantão em pleno carnaval é foda...”

19 janeiro 2006

Dificuldades

Criatividade, onde estás? Por que me abandonas justo no momento em que de ti mais preciso? Será necessário recorrer ao ópio para viajar e buscar novas experiências? Será a bebida a saída para um necessário delírio? Onde estão as musas, que por séculos inspiraram os mais brilhantes escritores, poetas, romancistas? Socorram-me, por Deus! Dêem-me uma luz, um instante de iluminação, ao menos!

Tudo o que preciso é de um conto! Um caso, que seja! Um Carnaval que me leve, nas marchinhas, nos frevos ou sambas-enredo. Sob máscaras ou abadás. Fantasias de fada ou bruxa, bailarina, Colombina, ou até um Pierrô perdido por aí.

Amores fugazes... um dia já serve! Só quero algo que me devore e se permita ser por mim devorado. Não quero saber o nome. Me importa apenas o fato! Andando, cantando, dançando... entre chuvas de confete e serpentina. Sob o efeito do lança perfume, que me confunde os sentidos, aquele apito no ouvido e eu simplesmente flutuo.

E vou indo, seguindo, ainda esperando por meu conto, meu canto. Antes que chegue a quarta-feira e, com ela, seu desencanto. A realidade de uma vida. A consciência de que, na verdade, nada disso aconteceu. Foi um sonho passageiro, uma viagem sem ao menos sair do lugar, ou até mesmo um pesadelo, pois só minha alma é que pode voar.

17 janeiro 2006

O que seriam das folgas se não tivéssemos semanas cheias?

E o que seríamos nas semanas cheias se não tivéssemos folgas? Difícil imaginar como dar conta de tanto compromisso, tanta preocupação sem um dia para simplesmente parar. Ou então continuar na ativa, colocando tudo em dia.

Volta às aulas depois de uma greve parece que já diz tudo: vem correria por aí. O semestre fica comprimido, tudo passa a ser urgente. Chega a um ponto de não sabermos o que é mais urgente no meio de tudo!

É o primeiro filme de um portfólio para entregar, a forma como montar o tal portfólio a ser pensada, um conto a ser escrito (aliás, alguém tem um caso interessante de carnaval a ser contado?), um seminário a ser organizado e estudado, uma reportagem a ser escrita... Isso tudo sem contar as 20h no estágio, os projetos e responsabilidades na igreja, e (claro!) um namorado que merece atenção.

Ah... se não fossem as folgas no estágio... o que seria de Aninha?

13 janeiro 2006

Mais um janeiro chuvoso

Enfim as aulas reiniciaram e o blog volta às atividades normais (na medida do possível). Foi quase um mês de recesso forçado pela ausência de computador e internet decente onde eu estava curtindo uma bela praia.

Mais uma vez, janeiro será (ainda) atípico. Continua sendo estranho trocar o sol diário pro chuvas fortes e regulares; a areia e o coqueiral da praia do Francês pelo asfalto da L2 Norte e o concreto da UnB; o apartamento cheio de escadarias, ou a casa grande demais para apenas duas pessoas, pelas salas mal ventiladas; a comida feita em casa todo dia pelas refeições no RU (muitas vezes no vegetariano, a fim de evitar as filas).

Não estou reclamando, mas todas essas trocas ainda me são estranhas, apesar de este não ser o primeiro ano que as faço. A grande diferença é que, agora, não será apenas janeiro, mas fevereiro, meu aniversário, carnaval, e março também. Sem falar em, mais adiante, julho, quando não vou poder curtir o friozinho da casa da vovó. Isso deixa tudo ainda mais estranho. Contudo, tenho que me acostumar, se pretendo ficar por aqui depois de formada.

Anyway... tudo volta a ser como antes da greve. Boa sorte a todos nesta continuação de semestre letivo e se preparem, que 2006 será um ano puxado!