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20 fevereiro 2006

Só uma pitada de orgulho e outras coisinhas

Eu não gosto de falar de dinheiro com meu pai. Nem ele gosta desse assunto também. Com minha mãe, já acostumei. Mas o que eu não gosto é que, normalmente, quando o assunto em pauta é dinheiro, é para pedir dinheiro, ou cobrar dinheiro, ou qualquer coisa do gênero.

Pedir dinheiro, seja para pai, mãe, tios, avós, namorado, amigos, quem quer que seja, é sempre constragedor. Pegar um empréstimo pessoal com conhecidos mexe, sim, com o nosso orgulho. Bom, com o meu, pelo menos, mexe.

Não tenho problemas em pedir favores. Acostumei, principalmente pelo fato de morar sozinha, longe dos familiares, sem carro. Se já me chamavam de serrona no colégio, por pedir carona de vez em quando, imagine como não me chamariam agora que estou dependente de caronas, nas mais das vezes!

Dependência. É essa a palavra que descreve muito bem o porquê, talvez, de eu não gostar de pedir dinheiro. Pedir um favor, que não dinheiro e não para papai e mamãe, é bem mais fácil, pois normalmente o motivo é transitório. Eu não tenho um carro AINDA.

Pedir dinheiro é diferente. Para os pais mais ainda. Pedir dinheiro, quando se recebe mesada, mostra que você não soube administrar seus recursos adequadamente. Quando se mora sozinha há dois anos, reconhecer isso faz mal para o ego. Sem falar no fato que a coisa não tá fácil para ninguém. Será que não estou explorando meus pais?!

Enfim, orgulho, cuidado, preocupação, ego ferido... São muitas as variáveis que podem explicar o desconforto no momento de pedir dinheiro para os pais. A minha? Um pouco de cada.

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