Páginas

31 janeiro 2006

"Não quero chá, não quero café, não quero Coca-Cola, me liguei no chocolate... só quero chocolate... Não adianta vir com guaraná pra mim, é chocolate o que eu quero beber..."

O que eu quero beber e comer também. Muito chocolate! Ansiosidade à flor da pele? Indefinição demais, coisa demais na cabeça pra pensar, coisa demais pra fazer...

"Quando a paixão não dá certo, não há por que me culpar, eu não me permito chorar, já não vai adiantar... E recomeço do nada, sem reclamar..."

Algum motivo especial para pensar em tanta coisa, não conseguir focar em nada? Será mesmo que não deu certo? Quanto mais vou ter de esperar para saber o que fazer?

Por mais que alguma coisa nós não possamos controlar, um mínimo de noção do que se passa é, digamos, fundamental. Pelo menos para mim. O que pode ser angustiante como não saber onde foi o começo e quando será um fim? Não qualquer fim, claro, mas um fim que parece já se anunciar.

O fim de quê? Cada um entenda como quiser. Há tanta coisa em curso que pode ter um fim. A própria vida pode ter um fim. Enfim... Este post também já está pedindo um fim. Enquanto isso, eu sigo na minha trilha sonora de cada dia, que surge do nada na minha cabeça, de acordo com as circunstâncias. Mas isso já é outra história...

"eu levo a vida como eu quero, estou sempre com a razão, jamais me desespero, sou dono do meu coração..."

30 janeiro 2006

O que é uma mulher de peixes?

Recebi essa descrição de uma amiga, que achou numa comunidade no Orkut. Algumas coisas têm a ver comigo, sim. Não que eu acredite nessas coisas de signo, mas...

Aí vai:

"peixes (20/fev a 20/março)
mulher de peixe peixe é
em aguas paradas não dá pé
porque desliza como a enguia
sempre que entra numa fria.
na superficie é sinhazinha
e festiva como a sardinha
mas quando fisga um namorado
ele está frito,escabechado.
é uma mulher tão envolvente
que na questão do paraiso
há quem suspeite seriamente
que ela era mulher e a serpente
seu Id:aparentar juizo
seu ego:a omissão, o orgulho
sua pedra astral:a ametista
seu bem:nunca ser bagulho
sua cor:o amarelo brilhante
seu fim:dar sempre na vista"

29 janeiro 2006

Hoje deu vontade

Hoje deu vontade de chorar. Quer dizer... hoje não, agora. Não porque Frank Sinatra já esteve resfriado. Não porque algum jornalista tinha que fazer um perfil seu, mas não conseguiu falar com ele. Não porque eu tenho que escrever dois textos distintos sobre um mesmo tema. Não porque estou com saudades da minha mãe. Não porque estou com saudade do meu pai. Não porque tenho uma pesquisa enorme pra terminar, um monte de coisa pra ler. Não porque eu não sei se vou dar conta de tudo o que tenho que fazer. Não porque vamos ter trabalho pra dar conta do DBCO e (quem sabe?) de um provável CG.

Deu vontade de chorar simplesmente porque deu. Talvez porque nem tudo vai como eu gostaria. Nem tudo vai como ia. Nem tudo vai como eu imaginava que fosse. Talvez porque as coisas mudam e nem sempre a gente consegue mandar nos nossos sentimentos. Talvez porque imagino demais, penso demais nas possibilidades do que pode acontecer comigo. Talvez...

Talvez seja por isso que a garganta tranca, as palavras não conseguem escapar pela boca, os olhos ficam cheios de lágrimas... e elas caem. Escorrem pelo rosto displicentes. A música que rola no player não ajuda muito a melhorar o astral do quarto. Tudo soa como se fosse dor-de-cotovelo, e aí é que a situação só piora.

Talvez eu nem saiba direito o porquê do choro. Eu só sei que deu vontade de chorar. E eu chorei.

28 janeiro 2006

Não sei, de fato, o que vale ou o que não vale a pena... enfim...

E por hoje isso é tudo em que consigo pensar.

27 janeiro 2006

Será?

Até que ponto vale a pena insistir?
Até quando a gente pode conviver com uma situação que incomoda?
A partir de onde um sentimento fica mortalmente prejudicado por situações adversas?
Será que um sentimento é capaz de mudar uma pessoa mesmo?
Os velhos costumes são eternos?
E as velhas influências?
Será que eu mudei demais na última semana?
Ou simplesmente estou começando a enxergar aquilo que me recusava a ver?
Será mesmo que vale a pena?
Ou será melhor mudar o foco, inverter um pouco o rumo?
Esperar ou fazer acontecer?
Colocar um ponto final já ou prolongar mais um pouco?
Buscar outras alternativas?
Tentar mais uma vez?
Dar mais uma chance? Me dar mais uma chance de conseguir?
Desistir e esquecer?
E o convívio, ficaria onde?
Voltar ao ponto inicial? Recomeçar?
Ou voltar ao início e seguir um rumo diferente?
Será que eu consigo?
Será que vale mesmo a pena?
Que tal deixar em suspenso, de lado um pouco mesmo?
Partir para outras coisas?
Me dedicar mais a outras prioridades igualmente importantes?
Querer mudar o mundo? Não, isso não.
Talvez só parte dele...

Perguntas ainda sem resposta, esperando por umpouco mais de reflexão, exigindo, talvez, mais atitude da minha parte, menos medo de sair do canto e colocar a cara no mundo.

23 janeiro 2006

Um sonho de olhos azuis

Quatro da manhã e o despertador toca. “Nossa, mas já?” Corre, toma um banho, engole qualquer coisa. A festinha de carnaval da empresa foi boa. Chegou em casa já às 2h, dormiu muito pouco esta noite. Mas agora não é hora de pensar em nada ligado ao trabalho, nem mesmo no Robertinho, aquele gerente gato da loja no Iguatemi. É necessário estar no aeroporto até às 5h para o check-in. “Essa época é complicado viajar... tem gente demais”, pensa enquanto engole duas bolachas cream-cracker.

As ruas estão vazias, os sinais ainda desligados e o percurso é até que rápido. “Ainda bem que eu consegui esse vôo bem cedinho, pelo menos do trânsito estou livre”. Pudera, a cidade está vazia nesses dias. Quase todos vão para a praia ainda na quinta à noite. “Só nós, escravos de multinacional, é que temos que ficar trabalhando em plena sexta-feira de carnaval. Isso tem que valer a pena”.

Desde a semana anterior, pelo menos, ela só pensava na viagem à Bahia. Foi programada de última hora, pois a chefe só confirmou a liberação na quinta e na sexta depois do carnaval nos últimos instantes. “Se tivesse que voltar na quarta-feira de cinzas não valeria a pena...”, era o que dizia sempre que perguntavam por que não se contentava com os quatro dias normais do feriado. Ao menos havia conseguido o que queria. Estava embarcando para Salvador, ia ficar na casa de um amigo do primo de sua mãe, que também era cunhado da sua tia.

“Atenção tripulação, preparar para aterrissagem!”, dizia a voz do comandante do avião. Mal conseguia acreditar, estava, enfim, na capital baiana! Não via a hora de chegar em casa, trocar de roupa e ir para a praia. Só queria saber de sol, cerveja, música e muitos negões para beijar na boca e contar para as amigas todas. “Mooooorrraaammm de inveja!”

A praia estava linda! O mar era de um azul simplesmente inconcebível, que se encontrava com o azul do céu na linha do horizonte como nunca tinha visto antes. E gente, muita gente na rua. A cidade inteira era uma festa só. As músicas se misturavam numa sinfonia de sons perfeita. Não precisava entender o que era cantado em cada esquina, o ritmo era o suficiente, alto o bastante, forte o bastante, onipresente o suficiente para amarrá-la e a levar com ele para onde quer que fosse.

Apesar da muvuca que imperava em todos os lugares, não foi tão difícil encontrar o endereço do amigo do primo de sua mãe e cunhado da sua tia. Não era um apartamento luxuoso, talvez até mais simples do que esperava, mas não era preciso mais do que tinha ali. Eram 15 pessoas hospedadas no mesmo lugar. “Tudo bem, não tem problema nenhum... o que eu menos vou fazer é ficar em casa... só preciso de um cantinho para descansar de vez em quando e um banheiro para tomar banho”. Nem adiantava esperar mais que isso.

“Esse ano eu vou me acabar! Quero dançar todas, beber todas e mais algumas... vou chutar o pau da barraca!”. E foi com esse espírito que deixou a mala num cantinho de um dos dois quartos e saiu.

Por ter decidido a viagem muito em cima, não conseguiu comprar abadá para nenhum dos blocos. A saída era acompanhar o carnaval na pipoca mesmo. Não era a melhor opção, mas era a única. Estava na Barra, bem próxima ao Farol, quando passava o Camaleão, bloco do Chiclete. “Chiiiicleeeeeteeeeee! Oba! Oba!”. No delírio da multidão, sob o sol ainda escaldante, apesar de já ser final de tarde, eis que ela o vê.

Não é comum ver pessoas mascaradas no carnaval soteropolitano, hoje em dia. Mas era assim que ele estava. Apesar da máscara de monstrinho, conseguia ver os olhos dele. “Está olhando para mim...”. Olhos tão azuis quanto o céu às 5h da tarde, sem nuvens. Lindos olhos, que não saíam da sua imaginação durante o sono todo. Não conseguira sequer chegar próximo ao rapaz. Era gente demais, e ele estava dentro do bloco, dava para reconhecer a mortalha.

No dia seguinte, procurou saber qual o percurso do Camaleão e foi atrás. Era difícil acompanhar o trajeto todo do bloco, por causa da multidão, mas ela tinha certeza de que tanto esforço valeria a pena. Não se importou com os pisões no seu pé, as puxadas no cabelo, os banhos de qualquer bebida que estivesse sendo consumida por ali. Sentia que precisava ver novamente aqueles olhos cor do mar. Estava praticamente hipnotizada pela visão do dia anterior.

O percurso já estava na segunda metade quando o viu novamente. Usava a mesma máscara de monstrinho, que só deixava ver os olhos azuis. Ele também a viu e, mais uma vez, parecia devorá-la só com o olhar, guloso, envolvente. Já tinha virado questão de necessidade conhecer melhor aquele sujeito. Mais uma vez, no entanto, o movimento semi-orgânico da multidão, a massa humana a qual se movia como se fosse uma coisa só não permitiu a aproximação.
Ela não conseguia ver mais nada. Ninguém mais era interessante o suficiente. Música nenhuma era animada o bastante. Qualquer entorpecente, álcool, lança-perfume ou qualquer outro, conseguia fazê-la esquecer aquele par de olhos celestes. Não havia mais outra motivação que não encontrá-lo mais uma vez, nem que fosse para uma noite apenas, um beijo somente!

Já chegara a segunda-feira. Ela continuaria na cidade até o domingo seguinte, mas nada poderia garantir que ele também ficaria. Talvez tivesse de voltar para São Paulo, ou Porto Alegre, ou Brasília, ou até Nova Iorque, Munique, Paris! Todas as possibilidades pareciam verossímeis. Ela iria até os piores becos de Salvador. Não podia sair dali sem saber quem era o seu príncipe com rosto de monstrinho.

Quem passava, agora, era o bloco da Ivete. Chegava, também, o da banda Babado Novo. Mas nada disso importava, faltavam aqueles olhos. “Então vem... que eu conto os dias, conto as horas pra te ver. Eu não consigo te esquecer...”. aquela música ao fundo, onde será que ele anda? “Ei, você!”, ouviu uma voz chamar ao fundo. Era ele! Estava bem ao seu lado, com a máscara cobrindo o rosto todo, mas reconheceu pelos olhos azul-anil. Não teve tempo para falar nada. Apenas sentiu seus braços a envolvendo. E que braços! Um abraço gostoso... Tirou a máscara, e que rosto lindo! Não tinha palavras para descrever o quanto. Um movimento simultâneo dos dois, quase ensaiado, levando a um beijo inevitável.

Triiiiiiiimmmm!! Era o telefone. “Alô! É da casa da Mônica?”. “Mônica? Não, minha senhora. Aqui não tem Mônica alguma”. O relógio já marcava 8h da manhã. “Droga, mais um pouco e eu me atraso pro trabalho. Plantão em pleno carnaval é foda...”

19 janeiro 2006

Dificuldades

Criatividade, onde estás? Por que me abandonas justo no momento em que de ti mais preciso? Será necessário recorrer ao ópio para viajar e buscar novas experiências? Será a bebida a saída para um necessário delírio? Onde estão as musas, que por séculos inspiraram os mais brilhantes escritores, poetas, romancistas? Socorram-me, por Deus! Dêem-me uma luz, um instante de iluminação, ao menos!

Tudo o que preciso é de um conto! Um caso, que seja! Um Carnaval que me leve, nas marchinhas, nos frevos ou sambas-enredo. Sob máscaras ou abadás. Fantasias de fada ou bruxa, bailarina, Colombina, ou até um Pierrô perdido por aí.

Amores fugazes... um dia já serve! Só quero algo que me devore e se permita ser por mim devorado. Não quero saber o nome. Me importa apenas o fato! Andando, cantando, dançando... entre chuvas de confete e serpentina. Sob o efeito do lança perfume, que me confunde os sentidos, aquele apito no ouvido e eu simplesmente flutuo.

E vou indo, seguindo, ainda esperando por meu conto, meu canto. Antes que chegue a quarta-feira e, com ela, seu desencanto. A realidade de uma vida. A consciência de que, na verdade, nada disso aconteceu. Foi um sonho passageiro, uma viagem sem ao menos sair do lugar, ou até mesmo um pesadelo, pois só minha alma é que pode voar.

17 janeiro 2006

O que seriam das folgas se não tivéssemos semanas cheias?

E o que seríamos nas semanas cheias se não tivéssemos folgas? Difícil imaginar como dar conta de tanto compromisso, tanta preocupação sem um dia para simplesmente parar. Ou então continuar na ativa, colocando tudo em dia.

Volta às aulas depois de uma greve parece que já diz tudo: vem correria por aí. O semestre fica comprimido, tudo passa a ser urgente. Chega a um ponto de não sabermos o que é mais urgente no meio de tudo!

É o primeiro filme de um portfólio para entregar, a forma como montar o tal portfólio a ser pensada, um conto a ser escrito (aliás, alguém tem um caso interessante de carnaval a ser contado?), um seminário a ser organizado e estudado, uma reportagem a ser escrita... Isso tudo sem contar as 20h no estágio, os projetos e responsabilidades na igreja, e (claro!) um namorado que merece atenção.

Ah... se não fossem as folgas no estágio... o que seria de Aninha?

13 janeiro 2006

Mais um janeiro chuvoso

Enfim as aulas reiniciaram e o blog volta às atividades normais (na medida do possível). Foi quase um mês de recesso forçado pela ausência de computador e internet decente onde eu estava curtindo uma bela praia.

Mais uma vez, janeiro será (ainda) atípico. Continua sendo estranho trocar o sol diário pro chuvas fortes e regulares; a areia e o coqueiral da praia do Francês pelo asfalto da L2 Norte e o concreto da UnB; o apartamento cheio de escadarias, ou a casa grande demais para apenas duas pessoas, pelas salas mal ventiladas; a comida feita em casa todo dia pelas refeições no RU (muitas vezes no vegetariano, a fim de evitar as filas).

Não estou reclamando, mas todas essas trocas ainda me são estranhas, apesar de este não ser o primeiro ano que as faço. A grande diferença é que, agora, não será apenas janeiro, mas fevereiro, meu aniversário, carnaval, e março também. Sem falar em, mais adiante, julho, quando não vou poder curtir o friozinho da casa da vovó. Isso deixa tudo ainda mais estranho. Contudo, tenho que me acostumar, se pretendo ficar por aqui depois de formada.

Anyway... tudo volta a ser como antes da greve. Boa sorte a todos nesta continuação de semestre letivo e se preparem, que 2006 será um ano puxado!