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19 janeiro 2006

Dificuldades

Criatividade, onde estás? Por que me abandonas justo no momento em que de ti mais preciso? Será necessário recorrer ao ópio para viajar e buscar novas experiências? Será a bebida a saída para um necessário delírio? Onde estão as musas, que por séculos inspiraram os mais brilhantes escritores, poetas, romancistas? Socorram-me, por Deus! Dêem-me uma luz, um instante de iluminação, ao menos!

Tudo o que preciso é de um conto! Um caso, que seja! Um Carnaval que me leve, nas marchinhas, nos frevos ou sambas-enredo. Sob máscaras ou abadás. Fantasias de fada ou bruxa, bailarina, Colombina, ou até um Pierrô perdido por aí.

Amores fugazes... um dia já serve! Só quero algo que me devore e se permita ser por mim devorado. Não quero saber o nome. Me importa apenas o fato! Andando, cantando, dançando... entre chuvas de confete e serpentina. Sob o efeito do lança perfume, que me confunde os sentidos, aquele apito no ouvido e eu simplesmente flutuo.

E vou indo, seguindo, ainda esperando por meu conto, meu canto. Antes que chegue a quarta-feira e, com ela, seu desencanto. A realidade de uma vida. A consciência de que, na verdade, nada disso aconteceu. Foi um sonho passageiro, uma viagem sem ao menos sair do lugar, ou até mesmo um pesadelo, pois só minha alma é que pode voar.

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