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28 novembro 2008

Banho de chuva

Há quanto tempo já não simplesmente saio para sentir-te cair sobre minha cabeça, meus ombros e molhar-me inteira, sem dó nem piedade?

Há quanto tempo já não sinto os teus beijos de gotas molhadas em cada centímetro quadrado do meu corpo, encharcando minha roupa e mina mente?

Sinto falta de ter-te por um momento que seja, a lavar-me o espírito, a acalmar-me a alma, a tirar de mim todos os pensamento que só pesam cada vez mais. Ainda que depois de tudo isso, o que eu precise seja um banho bem quente, para reavivar-me da tua água fria.

Te vejo cair, e mesmo fujo de ti. Talvez me falte coragem de assumir-te, receber-te de coração aberto e sentir todo o bem que podes fazer a alguém.

Depois de um período sem te ver, já sei que daqui a um tempo vou reclamar da tua presença constante, mas não se ressinta, ainda gosto – e muito – de ouvir o teu ruído gostoso envolta no cobertor, sentindo o calor que fazes ficar ainda mais intenso.

Como é bom sentir-te acompanhando e embalando o sono, amenizando o calor do dia, deixando a noite acolhedora, perfeita para aqueles programinhas bem caseiros.

Ainda que não te tenha procurado, sei que sempre estarás aí, para quando precisar de ti. Só te peço que não me esqueças. Serei sempre uma admiradora de todo o teu poder de renovação, uma força que pode ao mesmo destruir ou ajudar a construir. Algo que me destrói a cada toque teu, quando isolados, e me reaviva depois, para seguir em frente.

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