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02 agosto 2010

A Dengue

Eu já tinha dito no último post que falaria dela por aqui. E não é só porque minha mãe ficou doente, de cama, sem conseguir comer, que eu me preocupo com o avanço da dengue em cidades como Maceió. Claro que isso também conta, mas não posso deixar de considerar que há poucas semanas a filha de uma amiga (da minha mãe) quase morreu por conta da dengue hemorrágica. Ficou um bom tempo internada.

Essa amiga também pegou a forma mais perigosa da doença. Outras duas pessoas da casa também foram infectadas - dessa vez com a dengue comum. Menos perigosa, mas não menos incômoda. O pior é saber que o foco de reprodução do mosquito era pertinho de casa, em um condomínio de classe alta de Maceió. Puro descuido do responsável pelo imóvel onde o criadouro estava.


Se parasse por aí, ok. Mas não. O pastor da igreja onde minha mãe vai também ficou com dengue. Uma amiga de lá também foi infectada. Isso uns 20 anos depois que uma grande amiga da minha mãe passou por todo esse perrengue.

Noutro endereço super conceituado da capital alagoana, algumas dezenas de casos. O surto de dengue preocupa no estado. E não importa se é rico ou pobre. Se mora no condomínio de luxo ou no habitacional popular. Se perto da praia ou longe dela. Isso que nem é verão, época em que a doença sempre costuma atacar mais.

"Mas dengue não é doença de pobre?", me perguntou alguém quando soube que mamãe estava doente. Não, dengue não é doença de gente pobre, mas de país pobre. Pobre em conscientização, por mais que se façam campanhas todos os anos. Pobre em políticas de prevenção, seja de doenças, seja de calamidades.

Uma doença de países subdesenvolvidos. E isso não tem a ver com o poder aquisitivo da população. É questão só de cuidar para que não se acumule água limpa e parada. Aplicar o veneno contra as larvas do mosquito transmissor regularmente. Evitar a doença. Pra não precisar passar pelo o que Alagoas está passando.

Porque eu citei quem conhecia. Isso porque minha mãe ficou de cama e deve permanecer assim até a metade desta semana - o ciclo da doença é de aproximadamente sete dias. Mas o noticiário local é taxativo. O número de casos se multiplicou do ano passado pra cá. Agora me diz, você também vai ficar esperando o pior acontecer?

*Texto modificado para evitar mal entendidos...

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