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09 dezembro 2005

Filha de peixe...

Só podia mesmo ser filha de dentista. Aliás, de ortodontista. De onde mais eu poderia ter tirado essa mania, que cada vez mais eu percebo em mim? Só posso ter aprendido com uma pessoa: minha mãe.

A cada dia que passa percebo de forma mais clara o quanto me incomodam dentes mal colocados em uma boca. É quase automático olhar direto para as bocas dos que comigo conversam. Pior é que isso pode passar uma impressão distorcida acerca das minhas intenções.

Podem ter certeza, nem sempre, na verdade raramente, meu olhar fixo na boca do sujeito à minha frente é um pedido de beijo. Isso eu não peço, simplesmente roubo do meu namorado, ora bolas!

Mas um apinhamento básico nos incisivos (centrais ou laterais, whatever) não me passa despercebido. Tampouco um espaço entre os dentes. Protrusões também não. Pior que nem na minha própria boca os defeitinhos ficam em paz.

Isso é mal de dentista, que vê a quilômetros dentes mal-posicionados, mesmo que a diferença seja de milímetros em relação ao "perfeito". E, percebo eu em mim mesma, mal de filha de dentista também. Principalemente depois de ter passado por um tratamento ortodôntico truncado, aparelho colocado uma vez, tirado duas e recolocado outras duas antes de ser tirado em definitivo. Isso sem falar no "freio-de-burro" básico anos antes.

Como não notar os "defeitos" dos outros, se os meus também não me escapam? (em termos de dentes, fique bem claro) E, vamos combinar que tem cada boca horrível andando por aí... Realmente não sei como os donos dessas "preciosidades ortodônticas" (ou seriam "pepinos", "abacaxis" etc?) conseguem achar alguém que não só aceite, mas os queira beijar!

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