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09 fevereiro 2011

Conforto pelos ares

A Folha deu hoje que, pela primeira vez desde 2003, quando assumiu a Presidência da República, Lula embarcou num vôo comercial, para ir até Brasília. Desde então, ele só tinha viajado em jatos alugados pelo comitê de campanha eleitoral, em aviões da Força Aérea, no AeroLula (que substituiu o Sucatão dos anos FHC) e num jato particular emprestado pelo ex-vice-presidente José Alencar.

Eu, mesmo quando repórter da Radiobrás, depois EBC, não cheguei a acompanhar viagens do presidente. Logo não tive a oportunidade de saber o quão confortável é o AeroLula. Mas já me disseram que é bem bom, tipo aqueles aviões que aparecem em filmes de Hollywood carregando o presidente norte-americano pra lá e pra cá.

O fato é que a notícia me fez lembrar do sonho que tive esta noite. O sonho em si não interessa tanto pelo "enredo", mas mais porque eu estava viajando com minha mãe e o avião era bom demais. Só não era melhor do que a primeira classe ocupada por Carrie Bradshaw e suas inseparáveis amigas em Sex and the City 2, rumo aos Emirados Árabes.

Lula, suponho, experimentou hoje, mais uma vez, o "conforto" que os passageiros "simples mortais" têm em um vôo doméstico. Confesso que até a classe executiva, quando existe e a gente passa por ela na hora do embarque, não deve chegar aos pés do que o ex-presidente estava acostumado a ter durante os vôos presidenciais.

Agora a pergunta que não sai da minha cabeça desde hoje cedo: será que algum dia nós, meros mortais usuários da classe econômica, poderemos ter um pouco mais do que 70 e poucos centímetros para espichar as pernas e um apoio de braço compartilhado com o ilustre desconhecido da poltrona ao lado? Realmente espero que sim. Não gosto nem um pouco da ideia de ter que pagar pelo menos o dobro do que pago hoje pra viajar com um pouco mais de conforto (tá, eu sei que a Azul disponibiliza poltronas com um pouco mais de espaço por bem menos do que o dobro do valor da passagem, mas as rotas da Azul não são as melhores pra mim, nem os preços têm sido).

Será que algum dia vamos poder pagar um preço realmente acessível por uma poltrona que recline mais de, o que... 30 graus? Que seja um pouco mais macia do que as que estão hoje nos aviões? E um pouco mais largas, a fim de que mesmo pessoas bem acima do peso possam viajar com mais conforto, e os passageiros ao lado não reclamem? Espero sinceramente que esse sonho algum dia possa virar realidade. Afinal, é difícil abrir mão da praticidade e agilidade que é viajar de avião. Mas não dá pra aceitar que viremos sardinhas enlatadas durante os vôos, né?!

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