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11 abril 2011

Ai ai, que saudade, ai que dó...

Não vou continuar o título com uma música bem conhecida por aqueles que gostam de Maceió, moram ou já moraram por lá. A saudade é da UnB. Eu sei que ela está bem ali, que o Renan vai lá todo dia e eu de vez em quando. Mas dá dó, e saudade, ver tudo o que aconteceu com o Minhocão, onde durante quatro anos estudei, fiz amigos, sentei em rodinhas de violão e passei o tempo simplesmente olhando praquelas pilastras inacabadas.

Soube das notícias ainda ontem à noite, por meio de amigos do Renan que são ligados ao DCE. UnB alagada. UnB TV com prejuízos enormes - isso porque ainda não se sabe se sobrou alguma coisa inteira e em condições de uso. O Centro de Processamento de Dados igualmente abalado.

Perguntas que ontem não queria calar entre os colegas da Produção e da Computação: o CPD tem backup fora do campus? Será que os dados que estavam nos servidores vão conseguir ser resgatados ou já se foi tudo, não tem mais registro de ninguém? Vai ter aula amanhã? Se não, quando as aulas voltam? Será que antes do final deste semestre? As respostas têm vindo aos poucos. E, sim, todos ainda são alunos da UnB e os registros de nós, ex-alunos, também devem estar preservados.

Os estragos foram grandes particularmente no bloco B, alas norte e central do Instituto Central de Ciências. A Faculdade de Comunicação não tinha sofrido danos consideráveis. Molhou um pouco, só. Pelo menos foi isso que li de quem foi lá ver o estado das coisas.

O mesmo, infelizmente, não se pode dizer da pós-graduação em Antropologia, se não me engano. O informe do DCE hoje era que grande parte ou praticamente todas as teses de mestrado que estavam na pós foram perdidas. Produção acadêmica que escoou pelo ralo, quase que literalmente. Torcer para que seus autores tenham cópias, que a Biblioteca Central tenha cópia, que alguém tenha cópia.

O que resta hoje, além da expectativa sobre o que vai acontecer nos próximos dias, ou meses, é o sentimento de perda. Mais, muito mais do que a perda material com os anfiteatros recém reformados ou os equipamentos caríssimos recém adquiridos, dói a perda de trabalhos, pesquisas, teses, dissertações que podem ter ido embora de alguma forma. A perda da história da AD&M, empresa júnior da faculdade de Administração...

Não acho que caiba culpar alguém pelo acontecido, nem as obras próximas ao ICC nem o corte recente da grama, que pode ter entupido o sistema de drenagem. Mas também não podemos nos conformar com o fato de que a chuva foi muita em pouco tempo, que choveu granizo etc etc etc. Isso aconteceu, fato. Mas temos que aprender (que lugar melhor que isso do que uma universidade?!?) a fazer manutenção preventiva, a planejar e executar sistemas de drenagem de água pluvial, a não entupir os bueiros por onde a água deveria escoar com lixo que temos preguiça de levar até a lixeira mais próxima. Afinal de contas, isso podia não ter acontecido antes, mas nada impede que aconteça depois. Afinal, em Brasília, quando chove, chove e muito.

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