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20 outubro 2005

Como se nada tivesse mudado

Saddam Hussein está sendo julgado. Não exatamente neste momento. Agora o julgamento está parado. Na verdade, depois de três horas do início ele foi interrompido, não posso dizer com certeza qual é realmente a situação neste exato momento. São muitas as variáveis, entre elas a amis óbvia: fuso horário.

Mas a questão aqui não é essa. Quem leu os jornais de hoje, ou pelo menos um, provavelmente viu o motivo da suspensão da sessão de julgamento. Foi capa n'O Globo, na Folha de São Paulo, no Jornal do Brasil, os três principais jornais do país. Saddam gritou com os policiais, questionou o juiz, sua legitimidade. Pela descrição dos fatos, a impressão é que para o ex-ditador ele continua sendo o homem mais poderoso do Iraque.

Já são quase dois anos desde a "captura" de Saddam Hussein. Seus dois filhos foram mortos, assim como milhares de militares e civis iraquianos. Não cabe agora mais discutir s legitimidade da ação norte-americana. Já aconteceu o mais traumático, apesar de a ocupação não ter acabado. Injusto? Saddam também não era justo. Como os ditadores normalmente não o são.

O erro agora talvez seja julgá-lo pela justiça iraquiana. Não foi esse o procedimento adotado com o ex-presidente (ditador) da Iuguslávia, que também exterminou milhares de inocentes. Um julgamento "dentro de casa" abre portas mais largas não só para os erros e injustiças, mas também para a contestação de sua validade. Como Saddam fez como juiz que o argüía.

Tudo bem que agora não há muito o que nós possamos fazer para mudar alguma coisa. Além de tudo, estamos muito linge, e muitos podem dizer que não têm nada a ver com isso. Talvez estejam certos. Mas que pelo menos alguma lição possamos tirar de tudo isso. (Se alguém tiver sugestão de alguma... tô aceitando)

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