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03 novembro 2005

Diferenças regionais

É tristemente incrível como se consome pouca cultura em alguns lugares do Brasil. Isso, independente de classe social, nível de instrução etc etc etc... Tomo como referência as experiências que eu tenho. Ora, creio que tenho um bocadinho de base para opinar sobre esse assunto. Já morei em Maceió, moro em Brasília, já passei por Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis e tenho uma noção do que é a vida cultural de Rio e Sampa.

Nossa, que menina bem informada! Nem tanto, apenas o suficiente.

O que eu quero focar aqui, no entanto, é a pouca cultura que se consome em Maceió. E não venham me dizer que é por falta de público. Se fosse assim, boas peças de teatro que lá chegam não ficariam lotadas tão facilmente, como acontece.

O que falta mesmo são boas opções. Para se ter idéia do mais básico, um dado cinematográfico. Aqui em Brasília, nesta semana, estão passando ao todo 37 filmes diferentes (contando circuito comercial e alternativo, "mais cabeça"), em 13 complexos de cinema, contabilizando não sei quantas salas de projeção (realmente, não sei, só lá no Pier, são umas 15). Em Maceió, por sua vez, eu não sei dizer quantos filmes estão em cartaz. No máximo 6, contando que cada sala existente na cidade exiba um filme diferente. Sim, parece um absurdo, mas Maceió só conta com seis salas de exibição, na cidade toda. Pelo menos era isso o que tinha lá quando vim para Brasília.

Então, me digam: como uma população vai consumir o que não está à sua disposição? Sinceramente, não tem como. Podem até dizer que aqui no DF se ganha mais, mas também se gasta mais. Cinema aqui é mais caro do que em Maceió, porém mais barato do que em alguns cinemas de São Paulo, e lá não se ganha muito mais do que aqui. Isso se não for menos...

O que falta ao maceioense, particularizando o caso, não é vontade de consumir cultura, mas hábito, por falta de oferta. Se eu estiver errada, me avisem, mas venham com argumentos bons o suficiente para me convencer.

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